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Polícia prende funcionários de multinacional suspeitos de fraudar classificação de cargas de grãos em Lucas

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Redação Só Notícias (foto: assessoria)

Uma investigação da Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), identificou e prendeu três funcionários de uma multinacional de agronegócio que estavam fraudando a classificação de grãos comprados pela empresa. Os três foram presos ontem e autuados em flagrante por estelionato e associação criminosa.

A GCCO instaurou um procedimento para apurar indícios de fraudes identificadas no processo de classificação de grãos na unidade da empresa de agronegócio, em Lucas do Rio Verde. Conforme a apuração, classificadores, contratados de forma terceirizada, estavam fraudando o processo, trocando amostras de grãos e durante a classificação não eram observadas as normas técnicas da empresa.

Na sede da multinacional, os policiais civis conseguiram apurar o modo como três classificadores agiam e toda a ação foi registrada por câmeras de segurança. As cargas que tiveram a classificação fraudada saíram de uma empresa em Sorriso. Nesta terça-feira, a equipe da GCCO acompanhou o processo de classificação de grãos em tempo real e constatou a fraude em mais umas leva de classificação, em que os três funcionários atuavam.

O trio foi abordado e os caminhões de grãos que passaram pelo processo classificatório conduzido pelos suspeitos foram novamente enviados para uma nova classificação realizada por uma empresa certificadora, que confirmou a fraude. Em entrevistas aos policiais da GCCO, um dos funcionários disse receber até R$ 800 por carregamento e repassava o valor aos demais. Um dos suspeitos disse que o esquema era coordenado pelo colega, de 46 anos, que também foi preso e era a pessoa que mantinha contato com algum classificador de grãos na origem, na empresa de Sorriso.

Todos os caminhões tiveram amostras analisadas para avaliar percentuais de impureza, fermentação, avarias e umidade e apresentaram diferenças entre os valores detectados na empresa de origem e na empresa de destinação, em Lucas do Rio Verde. Um dos exemplos das amostras avaliadas foi a classificação de umidade, que em um caminhão deu percentual de 10,10%. Na nova avaliação, feita pela empresa certificadora e acompanhada por um perito nomeado, o percentual saltou para 13,50%. Em outra amostra, de grãos fermentados, quando o caminhão chegou à empresa o percentual foi de 16,30%, enquanto que na nova avaliação esse número passou para 38,60%.

Os três funcionários foram encaminhados à delegacia da Polícia Civil em Lucas do Rio Verde, onde foram autuados e presos em flagrante. A ação investigativa contou com apoio da delegacia do município. A investigação da GCCO prossegue para identificar se há outras pessoas envolvidas no esquema criminoso.

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