Balanço da Polícia Civil aponta que dez pessoas foram presas durante a "Operação Natureza", realizada esta manhã, em Cuiabá, Várzea Grande e Barão de Melgaço. Foram emitidos 15 mandados de prisões temporárias (cinco dias) e 15 buscas e apreensões. Cinco acusados continuam foragidos. As investigações são da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), que há seis meses investiga irregularidades na fiscalização da pesca.
Os investigados vão responder por peculato, corrupção passiva, formação de quadrilha e pesca ilegal. Todos os presos e levados para a Dema. O inquérito policial foi instaurado para apurar crime contra a administração pública, praticado por nove servidores contratados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), sendo quatro ainda em atividade no órgão. Outros investigados são dois comerciantes e quatro ‘atravessadores" de peixe irregular.
Nas investigações iniciadas a partir de relatório da Auditoria Geral do Estado, encaminhado pelo Ministério Público Estadual (MPE) e a Sema, a Polícia Civil apurou que os funcionários comissionados da Coordenadoria de Fiscalização de Pesca da Sema eram beneficiados com fraudes no abastecimento de combustível de embarcações em desuso, cujos barcos, em tese, seriam utilizados na fiscalização da pesca no período de defeso (piracema).
O combustível desviado era utilizado em benefício dos próprios fiscais. "Eles simulavam o abastecimento, depois convertiam o combustível em dinheiro para beneficio próprio", explicou a delegada Maria Alice Amorim. Há também suspeita que servidores da coordenadoria também estivessem recebendo vantagens indevidas para não fiscalizar a pesca na piracema.
Os mandados foram expedidos pela juíza Selma Rosane Santos Arruda, da Vara Especializada Crime Organizado, Ordem Tributária e Econômica e Administração Pública, da comarca de Cuiabá.