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Polícia não descarta queima de arquivo na execução de Belo

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A execução do ex-vigilante Fernando Barbosa Belo, 39, condenado por participação na morte do empresário Sávio Brandão, pode estar ligada ao crime pelo qual foi condenado ou a outras atividades que ele vinha exercendo após a saída da prisão, há 2 anos. Estas são as 2 linhas investigatórias apontadas pelo delegado Márcio Pieroni, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Pieroni diz que este tipo de crime de mando é de difícil investigação, pois existe a possibilidade do assassino não ser da região. "Normalmente o assassino é contratado por um agenciador, que intermediaria a negociação com o mandante", frisa o delegado.

Segundo ele, em muitos casos se chega ao executor e ele não revela quem encomendou o crime, muitas vezes por não saber quem é. Belo era uma testemunha importante do caso envolvendo a morte do empresário e a eliminação dele pode estar relacionada ao crime. O delegado lembra ainda que o principal acusado (João Arcanjo Ribeiro) ainda não foi a julgamento, ao contrário do que ocorreu com todos os outros. Mas Pieroni também diz que é importante levantar passo a passo as atividades de Belo após deixar a prisão, o que ocorreu há 2 anos.

"É muito comum estas pessoas se envolverem em atividades de cobranças, onde acabam fazendo novos inimigos. As investigações que começam agora vão se deter nas atividades em que o ex-vigilante havia se envolvido depois de deixar a cadeia, além do grupo com que mantinha relações de amizade e trabalho".

O assassino de Belo, descrito pela testemunha que assistiu a execução, aponta para um homem branco, magro, com altura entre 1,75m e 1,80m. Usava uma camisa pólo com listras pretas, vermelhas e amarelas e uma bermuda jeans azul. Vestia um boné branco que cobria os olhos. Chegou a pé, se aproximou de Belo que construía o muro de casa. Anunciou um roubo e antes que pudesse fazer qualquer coisa sacou um revólver prata e fez 3 disparos. A vítima correu por alguns metros, tentou fugir pelo corredor lateral do imóvel, passando pelos fundos da casa do vizinho, onde não resistiu aos ferimentos e caiu no quintal. A testemunha, que havia corrido na direção oposta a Belo, viu o assassino se virar e seguir tranquilamente, a pé, pela rua e desaparecer em direção ao bairro Altos da Glória, nos fundos do bairro Doutor Fábio.

No dia do crime a esposa de Belo, Fabiana Aires, 28, disse que o marido nunca relatou que recebia ameaças, mas em maio de 2009, ele pediu à Justiça para transferi-lo do albergue porque estava sendo ameaçado pelos demais detentos da unidade. Na ocasião, a Justiça permitiu que ele dormisse no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), onde deveria cumprir o regime semiaberto.

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