A Polícia Civil informou, hoje que indiciou três diretores de um hospital particular em Cuiabá, por prática de aumento abusivo de preço ao consumidor, ocorrido em março, no auge da pandemia do Coronavírus. A investigação foi conduzida pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) e os diretores, responsáveis pelo setor de pronto atendimento da unidade hospitalar, foram indiciados por crimes contra a economia popular, com penas de dois a dez anos de prisão ou multa.
As investigações iniciaram após o hospital reajustar o valor da consulta de R$ 384 para R$ 800, ou seja, mais de 110%, de um dia para o outro, justamente quando as internações e mortes por Covid-19 estavam em alta no que, até então, era o pior mês da pandemia de coronavírus no Brasil.
Durante a apuração dos fatos, a Decon ouviu os três diretores do hospital particular, que foram os responsáveis pelo reajuste no valor da consulta. Na conclusão das investigações, eles foram indiciados por crime contra a economia popular, informa a assessoria. Segundo o delegado da Decon, Rogério Ferreira, os responsáveis pelo aumento abusivo alegaram que os custos de mão de obra e de material usado nos atendimentos subiram muito durante a pandemia, e que não estavam recebendo repasses de valores necessários para arcar com as despesas. “Eles alegaram que o reajuste no valor da consulta era justo e que os clientes que não pudessem pagar tinham opção de procurar o SUS, onde o atendimento é gratuito”, disse o delegado.
Após a ação da Polícia Civil e de outros órgãos, como o Procon Municipal de Cuiabá, contra o reajuste no valor da consulta, em abril deste ano, a direção do hospital baixou o valor da consulta para R$ 430. Em julho, o Procon considerou abusivo o aumento praticado pelo hospital e aplicou uma multa de quase R$ 700 mil, tendo a decisão administrativa transitado em julgado em agosto.