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Polícia indicia casal que administrava creche e berçário por tortura e maus-tratos a 8 crianças em Sorriso 

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Redação Só Notícias (foto: Só Notícias/arquivo/Lucas Torres - atualizada 17:56h)

O casal proprietário de um berçário e hotel infantil em Sorriso foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de tortura e castigo, ameaça, maus-tratos e omissão perante a tortura. O inquérito foi concluído e encaminhado hoje ao judiciário. Ambos seguem presos preventivamente. A delegada Jéssica Assis, detalhou que a investigação apurou que o casal estava convicto da impunidade de cometer os atos ilícitos há anos, sem que nenhuma ação fosse tomada. “Estavam convictos nas manipulações que faziam com os pais das vítimas e seguros de que não seriam descobertos porque a maior parte das crianças sequer conseguia falar, já que eram bebês”, disse a delegada.

A Polícia Civil informou que ouviu nove ex-funcionárias que corroboraram as denúncias feitas pelos pais das vítimas e relataram ainda as ameaças feitas pelos donos. “Os depoimentos são consistentes e confirmam diversas informações que levam à conclusão de que as violações ocorridas no local eram sistêmicas, contínuas e extremamente graves, a ponto de ter colocado em risco a vida de inúmeras crianças, há, no mínimo, quase quatro anos”, explica a delegada.

Entre as agressões narradas pelas testemunhas há relatos de tapas nas nádegas e na boca, mordidas, puxões, golpes com raquetes, empurrões e beliscões contra as vítimas. A alegação era de os atos serviam para disciplinar as crianças. Mas, as agressões eram imputadas a outras crianças, pela proprietária da creche, quando questionada pelos pais.

Segundo a Polícia Civil, dois episódios relatados no inquérito chamaram a atenção da equipe durante a investigação, cometidos contra duas crianças que ficavam no berçário. Em um deles, “a proprietária do local teria esfregado a calcinha e fralda sujas de fezes no rosto das vítimas, a fim de puni-las por defecarem e doutriná-las conforme seu método. Outro relato aponta que uma criança autista foi obrigada pela dona do berçário a comer areia, quando ela forçou um punhado de areia na boca da menor, informou.

Outros relatos apontaram sufocamentos, mordidas, tapas e puxões de orelha conforme narraram as cuidadoras ouvidas na delegacia. Foram diversas sessões de tortura contra um bebê de um ano de idade, que era amarrado pela dona do berçário a um toco, com um cinto, e deixado debaixo do sol por horas, até chorar e adormecer sentado. Em outra situação narrada à Polícia Civil, uma criança do sexo feminino, de quase dois anos de idade, sofreu violência quando foi imobilizada para que parasse de chorar. A investigada colocou o joelho no peito da criança como tentativa de fazê-la parar de chorar, na presença de várias crianças da creche.

Uma depoente, ouvida na delegacia, relatou que em uma das situações, a dona do berçário jogou água com uma mangueira no rosto de um bebê. Vários relatos apontam o uso de mangueira contra as crianças, em situações e períodos distintos. Uma testemunha disse que havia severas restrições ao uso do aparelho celular no local e que nunca contou os fatos a ninguém porque achava que não acreditariam nela sem filmagens ou fotos.

Ainda conforme a polícia, uma testemunha que trabalhou como ajudante nos cuidados com as crianças contou que bebês de seis a nove meses eram deixados sozinhos no berço, com mamadeiras na boca, e as cuidadoras eram proibidas de pegá-los no colo para alimentar. As crianças eram chamadas de ‘porcos, nojentos, sebosos, mortos de fome’. Foi informado ainda pela Polícia, que a dona do local é acusar de tirar comida da panela e não esfriava para as crianças e bebês passavam o dia todo sem trocar de fralda. O dono da creche foi acusado de puxar as crianças pelas orelhas e as colocava de castigo, sentadas em um canto. Uma testemunha foi intimidada pela investigada que disse se a denunciasse, saberia que foi ela. A testemunha pediu demissão por não aguentar presenciar o sofrimento das crianças.

Outro lado
Conforme Só Notícias já informou, o advogado do casal negou as acusações e apresentou a versão de defesa. Ele expôs que a escola está “em pleno funcionamento há 5 anos, nesse tempo houve apenas esses dois relatos desses pais, inclusive com relação a uma das mães, há diversas mensagens enviadas por ela para a proprietária, onde ela agradece os cuidados que a proprietária tem com relação a filha dela, fala que eles cuidam muito bem, tem diversas mensagens nesse sentido. Causa um pouco de estranheza a menção de maus tratos, beliscão”. William Puhl também declarou, anteriormente, que quanto o proprietário, “não há nenhuma menção de maus tratos com relação a ele, inclusive ele não ficava durante o dia no berçário. Ele tem uma empresa em outro ramo, ficava o dia todo fora”, “inclusive a proprietária também não exercia os cuidados diretos das crianças, importante a gente destacar isso, ela delegava isso as funcionárias. Cada funcionária era responsável por um grupo de crianças de determinada idade”. 

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