A Polícia Federal deflagrou, esta manhã, a operação Status com o objetivo de combater a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Essa é mais uma ação do órgão no cumprimento das diretrizes de descapitalização patrimonial do crime organizado, cooperação internacional e prisão de lideranças. A 5ª Vara Federal em Campo Grande (MS) expediu três mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva em Cuiabá, duas fazendas com mandados de busca e apreensão em Barra do Garças e dois mandados de busca e apreensão em Primavera do Leste, 14 buscas e apreensões e três prisões em Campo Grande, 9 buscas em Ponta Porã, duas em Dourados, quatro em Curitiba e uma em Londrina, além de cinco em São Paulo e uma ordem de busca e apreensão no Rio de Janeiro.
Em Chapada dos Guimarães, foram apreendidas lancha, motos aquáticas e triciclos em uma pousada, que na prática não recebia turistas e sim pessoas envolvidos com tráfico.
Em Cuiabá, a PF informou que foram apreendidos em uma revenda alguns veículos de luxo e de outras marcas. Havia “parceria com o dono de uma loja de veículos de luxo e esse dono está entre presos. No Mato Grosso também foram objetos de buscas a loja, duas fazendas na região de Barra do Garças e uma propriedade de luxo no Lago de Manso. Os veículos todos foram sequestrados, as fazendas e a propriedade sequestrados com tudo o que havia dentro e estão à disposição da justiça”. “Essa estrutura em Cuiabá servia de lavagem de capitais dos líderes da organização”, acrescenta a Polícia Federal.
No Paraguai também ocorre o cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva e busca e apreensão em coordenação com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, em doze locais nas cidades de Assunção e Pedro Juan Caballero. Nos dois países estão sendo sequestrados mais de R$ 230 milhões em patrimônio do tráfico de drogas.
Ainda de acordo com a PF, no Brasil estão sendo sequestrados e apreendidos 42 imóveis, duas fazendas, 75 veículos, embarcações e aeronaves, cujos valores somados atingem R$ 80 milhões em patrimônio adquirido pelos líderes da Organização Criminosa. A Operação Status se destaca também por ser um modelo de cooperação internacional entre a Polícia Federal e a SENAD/Paraguai, ressaltando que, somente em solo paraguaio, estão sendo sequestrados dez imóveis, no valor aproximado de R$ 150 milhões.
O esquema criminoso investigado tinha como ponto principal a lavagem de dinheiro do tráfico de cocaína, por meio de empresas de “laranjas” e empresas de fachada, dentre as quais havia construtoras, administradoras de imóveis, lojas de veículos de luxo, dentre outras. A estrutura, especializada na lavagem de grandes volumes de valores ilícitos, também contava com uma rede de doleiros sediados no Paraguai, com operadores em cidades brasileiras como Curitiba, Londrina, São Paulo e Rio de Janeiro.