A Polícia Federal divulgou que seis suspeitos de participação em uma organização criminosa que agia no tráfico de drogas foram presos, hoje, na operação Jumbo. Entre os envolvidos, está o proprietário de postos de combustíveis em Cuiabá, que utilizava as empresas para lavagem de dinheiro. Uma mineradora e as conveniências dos postos também eram usadas para o mesmo fim, de acordo com o delegado da PF, Jorge Vinícius Gobira Nunes.
As ordens foram cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande, Mirassol D`Oeste, Poconé e Pontes e Lacerda (região Oeste). Outros dois envolvidos que tiveram as prisões decretadas e seriam de Mirassol estão foragidos. Foram cumpridos ainda 29 mandados de busca e apreensão (nos locais alvos, os policiais apreenderam R$ 350 mil e outros itens). Também foram sequestrados cerca de R$ 60 milhões dos investigados e 101 veículos foram bloqueados, sendo a maioria de luxo (todos adquiridos com dinheiro proveniente do tráfico).
Ainda segundo a PF, a organização movimentou aproximadamente R$ 350 milhões em quatro anos. “Na organização, havia dois núcleos principais. Um empresarial, que tinha como função a lavagem de dinheiro e um especializado no transporte de cocaína propriamente dito. Com a quebra de sigilo bancário, de sigilo telemático, levantamento de campo e colaboração de informantes, a PF conseguiu identificar que o núcleo empresarial tinha total vinculação com o de traficantes. Eram feitos depósitos e transferência de recursos com regularidade para pessoas que tinham como atividade preponderante o tráfico de drogas”, disse Nunes.
De acordo com o delegado, a PF identificou que havia mescla entre os montantes obtidos com o tráfico, e os das atividades regulares das empresas. “Os postos de combustíveis que foram cumpridos os mandados hoje eram utilizados para lavagem de dinheiro. Eram injetados recursos nesses postos provenientes do tráfico de entorpecentes e esse dinheiro era misturado com a atividade regular dos postos e funcionamento de lojas de conveniência”, ponderou.
O principal alvo da operação, inclusive, já foi preso em outras ocasiões. Ele exercia atividade de taxista, quando adquiriu o primeiro posto de combustíveis, que hoje está avaliado em aproximadamente R$ 6 milhões. “Os recursos empregados para a compra do posto, são oriundos do tráfico de entorpecentes”. “O principal investigado tinha contato quase que diário com integrantes da principal facção criminosa instalada em Mato Grosso”, emendou o delegado.
Ainda é investigado que uma das modalidades utilizadas para a droga chegar em Mato Grosso era a de “caminhada”. Segundo a PF, dezenas de “mulas” foram identificadas. Estes suspeitos, iam até a Bolívia e transportavam nas costas carregamentos com até 30 quilos de entorpecentes para Porto Esperidião. Deste município, eram transportados de carro até Mirassol D’Oeste, onde a droga era embalada, preparada e levada até Cuiabá, por veículos. Em seguida, era distribuída a diversos locais do Brasil e possivelmente até no exterior.
O inquérito foi instaurado em julho de 2021, e os trabalhos contaram com colaboração do Setor de Inteligência da Polícia Militar. Nas investigações, com apoio da inteligência e do Grupo Especial de Fronteira, foi possível interceptar dois carregamentos de drogas, totalizando 210 quilos de cocaína.
As investigações e diligências contra o tráfico de drogas continuam, com especial atenção à prisão das lideranças e descapitalização de organizações criminosas.
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