A assessoria da Polícia Federal divulgou, há pouco, o balanço da operação Aguapey para desarticular uma organização criminosa que atuava na grilagem de propriedades rurais por meio de violência e grave ameaça na fronteira do Estado do Mato Grosso com a Bolívia. Todos os mandados foram cumpridos e 14 pessoas foram presas. Todos foram encaminhamos à delegacia da PF em Cáceres (220 quilômetros de Cuiabá) para prestar os esclarecimentos necessários. Diversas armas e munições também foram apreendidas.
A operação ocorreu esta manhã. Mais de 100 policiais cumpriram 43 mandados de prisão preventiva, prisão temporária e busca e apreensão nas cidades de Cáceres, Mirassol D’Oeste, São José dos Quatro Marcos e Pontes e Lacerda, na região Oeste, expedidos pela Justiça estadual da comarca de Porto Esperidião.
De acordo com a assessoria, a organização criminosa também é investigada pela prática dos crimes de homicídios (consumados e tentados), ameaças, tortura, receptação de veículos roubados, além de diversos delitos ambientais. Quando um imóvel rural se tornava o objetivo dos criminosos, os proprietários e funcionários passavam sofrer ações violentas que continuavam a sendo praticados até a expulsão dos proprietários a obtenção da posse dos imóveis rurais.
Em um dos casos investigados, uma proprietária que estava resistindo às ameaças teve sua casa destruída com um trator esteira. Após esse fato, em razão da permanência da proprietária mesmo após a destruição da sede da propriedade, seus familiares foram alvejados por arma de fogo enquanto transitavam dentro da fazenda.
Foi identificado ainda que uma parte dos integrantes da organização criminosa almejava criar um local (lote grilado) para recebimento e distribuição de entorpecentes oriundos da Bolívia por meio de “mulas”, assim como esconder veículos roubados no Brasil antes de serem remetidos ao exterior.
O nome da operação faz referência ao local onde se concentrava a ação da organização criminosa, às margens do Rio Aguapey.