A Polícia Federal deflagrou, há pouco, a Operação Retomada, investigando esquema de invasão de terras do governo federal e desmatamento para criação de gado na floresta amazônica, cumprindo três mandados de buscas e apreensões expedidos pela Justiça Federal, em Novo Progresso, no Pará (próximo à divisa com Mato Grosso) e outro em Sinop. A justiça determinou o bloqueio de R$ 116 milhões, valor mínimo estimado dos recursos florestais extraídos e de recuperação da área atingida, e o sequestro de veículos, de 16 fazendas e imóveis e da indisponibilidade de 10 mil cabeças de gado. As investigações seguem em andamento.
Os policiais prenderam, em Novo Progresso, o investigado de liderar os desmates pois estava com arma irregular e também estava com pedaços de ouro, cuja procedência é apurada. Não foi informado quem é o investigado e o local em Sinop onde foi cumprida a ordem de buscas e apreensões.
As investigações iniciaram com a PF em Santarém identificando desmatamento de quase seis mil hectares na região de Novo Progresso e que o grupo criminoso faria o cadastro fraudulento junto ao Cadastro Ambiental Rural de áreas próximas as suas em nome de terceiros, principalmente de parentes. Em seguida, desmatariam as áreas e as destinariam para criação gado. “Assim, os verdadeiros responsáveis pela exploração das atividades se sentiriam protegidos contra eventuais processos criminais ou administrativos, os quais seriam direcionados aos participantes sem patrimônio”, informa a assessoria da PF.
Até o momento, “o suspeito e seu grupo teriam se apossado de mais de 21 mil hectares de terras da União, desmatados mais de 6.5 mil hectares de floresta, o equivalente a quase quatro Ilhas de Fernando de Noronha/PE, com indícios de um único autor ser o responsável pela destruição ambiental. Os danos ambientais são agravados pela ocupação de áreas circundantes a terras indígenas e unidades de conservação”.
Ainda de acordo com a PF, o suspeito líder do grupo já recebeu 11 autuações e seis embargos do IBAMA por irregularidades, e perícias da PF indicam a existência de danos ambientais ocasionados por suas atividades também na Terra Indígena Baú.
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