A Polícia Federal deflagrou, esta manhã, a Operação Overload para prender envolvidos em uma complexa organização criminosa, com ramificações em diversos Estados e no exterior que faz tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. A principal base é o Aeroporto Internacional de Viracopos (SP). São 44 mandados de buscas e apreensões e 35 de prisões temporárias, em 4 Estados. Alguns mandados estão sendo cumpridos em Cuiabá. Policiais estão em uma residência no bairro Dom Aquino e em um condomínio.
Entre os investigados presos, 33 são homens e 2 são mulheres. As prisões dos policiais contaram com a cooperação da Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo e do Departamento de Polícia Judiciária São Paulo Interior em Campinas.
As investigações iniciaram-se em fevereiro de 2019, com a apreensão, na Área Restrita de Segurança do Aeroporto Internacional de Viracopos, de 58 kg de cocaína, com destino a Europa. A partir dessa apreensão, a Polícia Federal mapeou a atuação de toda a organização criminosa, identificando as respectivas lideranças, as pessoas com quem se relacionaram e o processo utilizado para exportar grandes quantidades de cocaína a partir do Aeroporto Internacional de Viracopos, com destino ao continente europeu, além dos métodos utilizados para ocultar o lucro obtido com o empreendimento criminoso.
Dados obtidos durante as investigações apontam que a organização criminosa é composta por brasileiros – principais fornecedores da cocaína e financiadores do esquema criminoso, além de serem responsáveis pelo aliciamento de funcionários aeroportuários, pela interferência ilícita nas operações de logística aeroportuária e lavagem de dinheiro – e estrangeiros, cuja atuação se dá em solo europeu no recebimento da droga.
Entre os empregados e ex-empregados de empresas prestadoras de serviço na área restrita de segurança do aeroporto aliciados, há dezenas de pessoas em funções diversas (vigilantes, operadores de tratores, coordenadores de tráfego, motoristas de viaturas, auxiliares de rampa, operadores de equipamentos e funcionários de empresas fornecedoras de refeições a tripulantes e passageiros), que eram os responsáveis pelo esquema de embarque das drogas nas aeronaves com destino ao exterior. Além desses empregados, também foram cooptados pela organização criminosa – e presos nesta data – um policial militar e um policial civil.
Os bens imóveis, veículos, contas bancárias e empresas já identificados como pertencentes à organização criminosa estão sendo bloqueados e apreendidos nesta data. Além das constrições judiciais, durante o período em que perdurou o acompanhamento da organização criminosa, foram apreendidos 250 kg de cocaína pertencentes ao grupo.
Mais de 200 policiais federais, 80 policiais militares e 6 policiais civis participam da operação hoje, informa a assessoria da PF.