A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, há pouco, a operação Corrupção Delivery para cumprir 22 ordens judiciais de prisões, buscas e apreensões, sequestro e bloqueio de bens e afastamento de cargos de investigados por corrupção na administração pública na Prefeitura de Rio Branco, na região Oeste. 20 prisões foram cumpridas, incluindo das duas secretárias de Finanças e Administração da prefeitura. São dois foragidos, sendo o procurador do prefeito e um empresário. Todas as demais ordens judicias foram cumpridas, segundo informou a Polícia Civil. Os servidores municipais também foram afastados judicialmente dos respectivos cargos. Na casa de uma secretária foram apreendidos R$ 6,5 mil.
A investigação apontou que, em conluio, “o grupo desviou recursos da prefeitura com o lançamento e pagamento de serviços não realizados por meio de notas fiscais emitidas pelas empresas”, cujo dono é investigado também pela Polícia Civil por um esquema que fraudou concurso público da prefeitura de Mirassol d’Oeste. “Os envolvidos no esquema são investigados pelos delitos de associação criminosa, peculato, falsidade ideológica e lavagem de capitais”, informa a polícia.
São cumpridos mandados de busca e apreensão contra dois advogados de Rio Branco e a justiça também atendeu pedido para bloqueio de bens dos investigados no valor R$ 165 mil, um veículo Fiat Toro e suspensão de todos os contratos da empresa com a prefeitura.
O delegado responsável pela investigação, Jean Paulo Nascimento, explicou através da assessoria que “ todo o esquema descoberto funcionava em uma espécie de sistema delivery, pois os secretários envolvidos entravam em contato via telefone com o empresário encomendavam a nota fiscal indicando o falso serviço a ser lançado e depois recebiam os valores em conta de terceiros. Ou seja, não tinha serviço de fato prestado.Tudo era falsificado para realizar o desvio de recurso público”. O empresário conversava de forma habitual com pessoas ligadas à administração Rio Branco. Áudios e mensagens de texto do seu celular apontam “clara relação estável e permanente entre ele e os servidores da prefeitura para a prática de crimes contra o erário”, diz a polícia.
A Polícia Civil explica reuniu os primeiros indícios do esquema a partir de informações do inquérito que apurou o homicídio do advogado e empresário Francisco de Assis da Silva, assassinado em 11 de outubro de 2021, em São José dos Quatro Marcos. A polícia informa que o empresário preso hoje “foi indiciado como mandante e preso preventivamente em decorrência das investigações do homicídio, sendo posteriormente solto mediante habeas corpus”. A Justiça autorizou o compartilhamento de informações do inquérito em Quatro Marcos com a delegacia de Rio Branco.
A operação é coordenada pela Delegacia de Rio Branco e conta com apoio das unidades da Polícia Civil de Mirassol d’Oeste, Araputanga, São José dos Quatro Marcos, 1a Delegacia de Cáceres e Diretoria Metropolitana.
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