A Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Decoor) da Polícia Civil está fazendo operação Fake Person e cumpre mandados de busca e apreensão em duas autoescolas e na residência de um servidor do Departamento Estadual de Trânsito, em Cuiabá, suspeitos de participação em um esquema de emissão de carteiras nacionais de habilitação (CNH) fraudulentas, no Estado. Foram apreendidos computadores, documentações de supostos beneficiados e na casa do gerente do Detran investigado “foram apreendidos R$ 6 mil, provavelmente, do esquema criminoso”.
A delegacia recebeu denúncia encaminhada pela presidência do Detran, que constatou, por meio da diretoria de Habilitação do órgão, que dezenas de habilitações teriam sido expedidas de maneira fraudulenta. Nas diligências, as equipes policiais e do Detran, apuraram que cerca de 200 CNHs teriam sido expedidas sempre por um mesmo servidor que era gerente no órgão.
Ele é acusado de inserir dados falsos de motoristas no sistema do órgão como se possuíssem habilitação no exterior e estivessem emitindo a CNH no Brasil, o que possibilitaria a aquisição da habilitação sem a necessidade de se submeter a exames teóricos, práticos, psicológicos e médicos, uma vez que, em tese, o condutor já seria habilitado no estrangeiro.
Os investigadores constataram que dezenas de condutores beneficiados no esquema criminoso jamais residiram no exterior e nunca tinham habilitação estrangeira, estando atualmente habilitados sem terem se submetidos a qualquer exame pelo órgão de trânsito.
A polícia informa que o gerente” foi responsável por alterar, de maneira fraudulenta no sistema, categorias de habilitação sem que os condutores se submetessem a qualquer tipo de exame, permitindo, por exemplo, a condução de veículos de transporte de cargas e transporte coletivo de passageiros. Tudo sem que o condutor tenha feito qualquer curso ou tenha sido examinado pelo Departamento de Trânsito para atestar suas capacidades, colocando em risco toda a coletividade”.
Os policiais da Deccor apuraram ainda que vários condutores, cujas habilitações foram obtidas ilegalmente, haviam sido reprovados anteriormente nos exames práticos e teóricos realizados pelo Detran. Posteriormente, eles ingressaram no sistema do órgão como estrangeiros habilitados.
Não foi informado quanto cada CNH era vendida.