Foi deflagrada hoje pela Polícia Civil a Operação Orcs para cumprimento de um mandado de prisão e 12 buscas e apreensões contra um esquema de extração ilegal de madeira em Feliz Natal (123 km de Sinop). As ordens judiciais foram cumpridas em residências e empresas dos investigados, em Feliz Natal, Sorriso e Sinop. Três madeireiras foram embargadas pela Sema em Feliz Natal, e uma pessoa foi presa em flagrante por porte ilegal de arma de fogo após ser encontrada duas pistolas calibre 22.
Os mandados decorreram da investigação da Delegacia de Meio Ambiente, iniciada a partir de requisição do Ministério Público de Feliz Natal para apurar crime ambiental envolvendo a extração, transporte e comercialização ilegal de madeira. São apurados crimes de extração ilegal de recursos naturais, crimes contra a administração pública ambiental, associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Foram apreendidos documentos, aparelhos eletrônicos e outros materiais que serão analisados para o aprofundamento das investigações. Um homem, de 40 anos, apontado como responsável pela logística do corte e retirada da matéria-prima de dentro da reserva ecológica, teve o mandado de prisão cumprido.
Conforme indícios, as madeiras oriundas principalmente da Estação Ecológica Rio Ronuro, importante unidade de conservação de área verde entre a floresta amazônica e o cerrado, eram extraídas ilegalmente, e depois de apreendidas pelos órgãos fiscalizadores ambientais, segundo a polícia, eram doadas por meio de licitações. Em razão da legislação que permite a doação de madeiras licitamente pelos órgãos ambientais, a Dema apurou que as madeiras eram doadas ao grêmio desportivo e este, por meio de licitação na forma de leilão fraudulento, retornava com as madeiras para os madeireiros do grupo criminoso.
A Polícia Civil informou ainda que a secretaria de Estado de Meio Ambiente “não tinha conhecimento ou participação nos fatos investigados”. Entre as irregularidades identificadas nas doações ao grêmio desportivo, estão a inexistência de formalização das circunstâncias das apreensões, ausência de termo de depósito indicando o responsável pela guarda dos materiais, falta de avaliação prévia das toras de madeira e de autorização judicial para venda das madeiras, e a não regularização da madeira junto à Secretaria de Estado do Meio Ambiente, apontou a polícia.
Os investigadores constataram também que algumas madeireiras “mantinham intensa atividade comercial no sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais, tramitando diversos guias florestais com suspeita de fraude, indicando assim fluxo constante de madeira de origem ilegal”.
A polícia informou também que o esquema possui o envolvimento de agentes públicos, proprietários de madeireiras, engenheiros florestais com histórico de prática de crimes ambientais, transportadores e intermediários que facilitavam o escoamento da madeira extraída ilegalmente.
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