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Polícia faz operação em Sinop, Colíder, Peixoto e mais 3 contra ‘cartel de empresas’ por desvio R$ 35 milhões; carros de luxos apreendidos; imóveis sequestrados

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Só Notícias (fotos: assessoria)

A Polícia Civil informou, há pouco, que a Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) fez, hoje, na segunda fase da operação Espelho o sequestro e bloqueio de aproximadamente R$ 35 milhões, em bens móveis e imóveis, de implicados em esquema de fraudes e desvio de dinheiro “por um cartel de empresas envolvido na prestação de serviços médicos em hospitais do Estado”. Os investigados estão em Sinop, Alta Floresta, Colíder, Peixoto de Azevedo, Cuiabá e Várzea Grande.

Por ordem judicial, e buscando a reparação ao erário, foram sequestrados 36 veículos alguns de luxo –  BMW, Land Rover, Porsche, Audi, Jaguar, além de caminhonetes e outros automóveis de alto valor de mercado. Também foram bloqueadas casas e lotes em condomínios de luxo, além de fazendas no Estado, com o objetivo de chegar, ao menos, aos R$ 35 milhões em bens sequestrados. Os nomes dos investigados não foram divulgados pela polícia.

A justiça também proibiu os investigados de serem contratados para prestar serviços na área pública e que ocorra a suspensão de contratos e pagamentos em vigência. A apuração teve início após a “Deccor receber denúncia que a empresa contratada para fornecer médicos plantonistas para o Hospital Metropolitano em Várzea Grande, na especialidade de clínica, disponibilizaria número de médicos inferior ao contratado. Em diligência de investigadores da Deccor e auditores da CGE in loco no hospital, foi requisitada a documentação contendo os registros dos espelhos das folhas de pontos dos plantões dos médicos fornecidos pela referida empresa. Com base nessa documentação, a CGE elaborou um relatório de auditoria que apontou diversas irregularidades na execução dos contratos”, informa a assessoria da Polícia Civil.

A primeira fase da Operação Espelho investigou fraudes e desvios de valores no contrato de prestação de serviços médicos no Hospital Estadual Metropolitano, em Várzea Grande. Como desdobramento das investigações, a Polícia Civil apurou que “a empresa contratada integrava um cartel de empresas dedicado a fraudar licitações e contratos de prestações de serviços médicos, principalmente, de UTIs, em todo o Estado. Foram identificados contratos fraudulentos com hospitais municipais e regionais de Mato Grosso”.

Na segunda fase da operação foi descoberto que, especialmente durante o período da pandemia da Covid, os investigados intensificaram suas ações, “valendo-se da fragilidade e desespero de gestores públicos que se viam obrigados a contratar com urgência e, praticamente, a qualquer preço, os serviços médicos de UTIs. Por meio de suas empresas, a organização criminosa simulava concorrência para a imposição de valores muito maiores que os praticados no mercado. Os serviços não eram fornecidos na forma contratada, por vezes com consentimento dos agentes públicos fiscalizadores. Pacientes eram internados nas UTIs desnecessariamente, visando apenas o aumento dos lucros”, informa a polícia.

Com o material coletado nas apreensões, a Deccor segue as investigações a respeito de todos os contratos celebrados pelo grupo criminoso. O trabalho de apuração conta com a participação dos órgão estaduais de controle. Foram determinadas judicialmente a realização de auditorias pelo Tribunal de Contas do Estado e Controladoria Geral do Estado (CGE) em todas as licitações e contratos.

O cumprimento das ordens judiciais da Operação Espelho 2, decretadas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da capital, contou com apoio das Delegacias Regionais de Sinop, Alta Floresta e Guarantã do Norte.

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