A investigação da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Rondonópolis apontou que o grupo alvo da Operação Infiltrados, deflagrada hoje, iniciou as ações criminosas para monopolizar a venda de drogas na maior região do município, que engloba 21 bairros da cidade. Quatro inquéritos policiais instaurados pela delegacia especializada, a partir de 2022, após as prisões de vários traficantes, reuniram informações que possibilitaram à Polícia Civil delimitar a estrutura da organização criminosa criada para gerir o tráfico na região da Vila Operária.
Liderado pelos irmãos, um de 33 anos e outro de 27 anos, o grupo, segundo a polícia, dominou o tráfico nos bairros Itapuã, Primavera, Taiti, Ipiranga, Querubim, Sumaré, Clarion, Jardim das Flores, Vila Ypê, Luz D’Yara, Padre Rodolfo, Jardim Assunção, Vila Mariana, Itamarati, Vila Verde, Dom Bosco, Vila União, Jardim Rivera, Parque das Laranjeiras e Globo Recreio.
Informações levantadas ao longo das investigações apontaram que o domínio do tráfico se estendia a outras atividades como a realização de bingos, rifas e torneios de futebol para angariar dinheiro que seria, em tese, revertido em ações assistencialistas, como a compra e distribuição de cestas básicas, recurso adotado pela organização criminosa para se aproximar das comunidades, especialmente de jovens e crianças, visando difundir a ideologia do crime e da violência sob auxílio social aparentemente inofensivos.
Além dos dois irmãos envolvidos diretamente na liderança do tráfico na região da Vila Operária, outras duas pessoas da mesma família também foram identificadas como envolvidas na associação criminosa. Uma delas, conforme os investigadores, preside a Associação dos Familiares e Amigos de Recuperandos de Rondonópolis, entidade criada com o objetivo de promover a organização criminosa junto às comunidades onde está inserida.
“As investigações apontaram que o monopólio da venda de drogas permanece no controle dos irmãos e os três possuem mandados de prisão preventiva em aberto, decorrentes de investigações anteriores da Polícia Civil, também por tráfico de drogas”, explicou o delegado Fábio Nahas.
Durante a investigação, a Derf reuniu diversas informações que demonstram a função de destaque exercida no recolhimento de valores originados do tráfico de entorpecentes na região da Vila Operária e destinados à organização criminosa. Os valores são recolhidos por meio de contas bancárias e vêm de representantes de diversos bairros de Rondonópolis e também de outras cidades de Mato Grosso, como Barra do Garças e Campinápolis, apontou a Polícia Civil, através da assessoria.
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