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Polícia cumpre 132 mandados em operação que investiga presos e diretor de cadeia em MT

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Redação Só Notícias (foto: assessoria)

A Polícia Civil de Primavera do Leste (243 quilômetros de Cuiabá) deflagrou, hoje, a operação La Catedral para cumprir 132 ordens judiciais, entre prisões preventivas, buscas e apreensões, bloqueios de contas bancárias, além de sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados. A investigação apura os crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de capitais e facilitação de saída de um preso para atividades ilegais. Os mandados são cumpridos em Primavera do Leste, Paranatinga e Dom Aquino, além de Uberlândia (MG), Rio Verde (GO) e Santana do Araguaia (PA).

A investigação, de quase um ano, segundo a Polícia Civil, reuniu diversas informações produzidas a partir de relatórios financeiros e investigativos, identificou atividades ilegais envolvendo pessoas presas e o diretor da cadeia de Primavera. A polícia apontou que apurou a existência de uma associação criminosa que se formou para “comprar facilidades e movimentar dinheiro obtido ilegalmente e promover a lavagem de capitais por meio de empresas de construções e, ainda, ofertar vantagens ilícitas a servidores públicos”, detalhou.

Para legitimar os valores recebidos, os investigados utilizaram terceiros e também de pessoas jurídicas para movimentar os valores ilícitos. Houve aquisição de veículos e imóveis para dar aparência de legalidade ao dinheiro. O líder do esquema criminoso, foi alvo de mandados de prisão preventiva, busca e apreensão, bloqueio de valores e sequestro de bens. Já o diretor da cadeia de Primavera do Leste foi alvo de busca e apreensão, bloqueio de bens e afastado do cargo.

A polícia afirma que um dos principais alvos da investigação, de 30 anos, detido em regime fechado na unidade prisional de Primavera do Leste, após ser condenado a 39 anos de reclusão. Apesar de preso, a Polícia Civil identificou que ele “tinha total liberdade para continuar com suas atividades criminosas lideradas a partir da cadeia”. Ele foi alvo de duas operações anteriores – Três Estados e Red Money – que investigaram tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ele e a esposa tiveram os bens confiscados e arrestados nas operações.

Porém, segundo a Polícia Civil, após pouco mais de um ano de sua transferência para a cadeia de Primavera, ele “adquiriu um considerável patrimônio”, incluindo a abertura de empresas, compra de frota de caminhões com reboques e semirreboques, imóveis em Cuiabá, Primavera do Leste e Poxoréu, e veículos de luxo para ele e esposa, que também foi presa. Além disso, a investigação apontou que ele ostenta em rede social uma vida de alto padrão, compartilhando imagens de seus caminhões, carros, construções imobiliárias e também de gado como se fosse um cidadão livre.

A equipe de investigação apurou que o investigado tinha autorização judicial para trabalhar externamente e frequentar uma faculdade em Primavera. No entanto, no período de investigação, a equipe policial constatou que ele não compareceu ao trabalho nem às aulas.

No ano passado, os policiais civis instauraram investigação para apurar supostas irregularidades na cadeia, conforme apontado em correição realizada pelo Tribunal de Justiça, em 2022. No inquérito, foi relatada a existência de esquema de corrupção na venda de benefícios dentro da unidade prisional que incluíam, principalmente, a autorização de trabalho externo e alojamento privilegiado na cadeia.

A Polícia Civil informa que, “entre os pagamentos de propinas para o diretor da cadeia pública foi apurado que o detento teria transferido R$ 20 mil, por intermédio de outras pessoas, para conseguir trabalho externo. Além dele, outros presos também teriam feito pagamentos para o trabalho extramuros”.

Dados analisados do relatório de inteligência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) demonstraram transações realizadas entre os próprios investigados, corroborando, assim, os vínculos típicos de associação criminosa.

Entre fevereiro de 2022 e novembro do ano passado foram feitas movimentações bancárias em valores que vão de 485 mil a 24 milhões. Além das transações entre si, os investigados também receberam créditos e efetuaram depósitos em contas bancárias de presos ou familiares de presos.

“Esses relatórios evidenciam uma atividade típica de movimentação financeira associada à lavagem de capitais, uma vez que pessoas sem qualquer tipo de vínculo, seja pessoal, profissional ou geográfico, realizaram transferências bancárias em quantias significativas”, afirmaram os delegados Honório Neto e Rodolpho Bandeira, da DERF de Primavera do Leste.

O nome da operação faz referência à La Catedral, prisão onde ficou o narcotraficante Pablo Escobar, na Colômbia, vigiada pelos próprios homens de confiança do traficante, que fez do local uma extensão de seus negócios ilícitos.

As informações são da assessoria da Polícia Civil.

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