Investigadores da delegacia de Polícia Civil de Nova Ubiratã (170 quilômetros de Sinop) deflagraram, esta manhã, a operação Procusto para cumprimento de oito mandados de prisões, sendo dois deles na Penitenciária Central do Estado e cadeia pública de Nobres e mais cinco de buscas e apreensões para investigar integrantes de uma organização criminosa envolvidos no homicídio qualificado, tortura majorada e ocultação de cadáver do jovem Pablo Ronaldo Coelho dos Santos, assassinado em abril.
Entre os alvos da operação está uma mulher, funcionária pública do município e a Polícia Civil informa ter apurado que ela “atuou diretamente na execução dos crimes e agiu com extrema perversidade, inclusive, mandando que as vítimas fossem mutiladas”, informou. Durante a investigação, os policiais reuniram informações que confirmaram que ela auxiliou no transporte das vítimas até o local da execução e, após conversar com um comparsa preso, passou a defender que as vítimas sejam executadas.
Os crimes foram ordenados por um criminoso, que está detido na PCE, segundo detalhou a Polícia civil. De dentro da unidade prisional, ele recebia as informações dos demais integrantes da organização criminosa que estavam monitorando Pablo e seu amigo desde que ambos chegaram a Nova Ubiratã. Informações reunidas no inquérito apontam que o sequestro foi premeditado para torturar as vítimas a fim de que confessassem integrar uma facção criminosa rival.
Durante a execução dos crimes, o grupo se reportava ao criminoso preso na PCE, que gerenciou tudo de dentro de sua cela na penitenciária e acompanhou todo o desenrolar do crime, desde a captura até a morte, recebendo fotos das vítimas amarradas durante as sessões de tortura. Ele ordenou que não era só para arrancar os dedos das vítimas, mas também para executá-las.
Pablo foi sequestrado no dia 19 de abril junto com um amigo, quando ambos estavam em um bar de Nova Ubiratã. Os dois tinham vindo do interior de São Paulo para trabalhar, foram levados a uma casa, sofreram diversas torturas durante a madrugada e, na manhã do dia seguinte, levados a uma área de mata da cidade. No trajeto, o amigo de Pablo conseguiu escapar do veículo dos criminosos e, mesmo ferido, procurou ajuda na polícia. Pablo foi executado, teve membros decepados e o corpo ocultado na mata, sendo encontrado após 42 dias de buscas, de acordo com a Polícia Civil.
O delegado responsável pelo inquérito, Bruno França Ferreira, destacou que motivo de toda a crueldade praticada foi, em tese, o fato de as vítimas “terem supostamente feito um sinal com a mão”.
Apoiam o cumprimento das ordens judiciais as delegacias de Sorriso e de Nobres, Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá, Polícia Militar de Nova Ubiratã e unidade do Ciopaer de Sorriso.
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