A Gerência de Combate ao Crime Organizado, da Polícia Judiciária Civil, concluiu as investigações da operação “Lacraia”, que resultou na prisão de uma quadrilha responsável pelo roubo de três agências bancárias em Mato Grosso. O inquérito policial foi encaminhado ao juiz da Comarca de Campo Novo do Parecis (396 km a Noroeste de Cuiabá). Dez integrantes da quadrilha foram indiciados e oito tiveram prisão preventiva decretadas e cumpridas, na quinta-feira (17), dentro da cadeia. Onze pessoas ligadas à quadrilha foram presas no dia 18 de janeiro deste ano, na operação “Lacraia”. O bando é responsável pelos assaltos, ano passado, os Bancos do Brasil em Aripuanã, no dia 3 de março, Nova Mutum, em 02 de junho, e Campo Novo do Parecis, em de dezembro, na modalidade “Novo Cangaço”.
A Polícia Civil informa que os roubos foram praticados pela quadrilha liderada por Sílvio César de Araújo, 37 anos (Cabelo de Bruxa) “bandido com vasto histórico criminal”, com a participação efetiva de Edivalson Próspero da Silva (nome verdadeiro), 44 anos, o “Tiozinho” – preso com o nome falso de Paulo Alves de Souza; Clovis da Silva Veiga, 26 anos, o “Branquinho”; José Hamilton da Silva, 24 anos, o “Ceará”; Carlos Henrique da Silva Júnior, o “Barbicha” (foragido); Wellington Xavier de Campos, o “Boi” (foragido); Cícero Fernando Santiago Neto (nome verdadeiro), 24, o “Fernando Bombado”- preso com o nome de Fernando Cícero de Oliveira Mendes- e Sérgio Nunes da Silva, 26, o “Lacraia”.
Os oito são considerados pessoas que adotaram o crime como profissão, aponta a polícia. Todos são processados e alguns com mandados de prisão em aberto, que circulavam livremente usando documentos falsos e praticando crimes. “Entendemos que manter esses indivíduos custodiados será necessário, pois acreditamos que seria a única forma de assegurar a aplicação da lei penal, vez que se trata de pessoas que adotaram o crime como profissão e, uma vez soltos, mudam de identidade e endereço e, o pior, voltam a atividade”, alegou o delegado Luciano Inácio ao pedir a prisão preventiva. Ele indiciou os acusados por tentativa de homicídio, perigo para a vida ou saúde de outrem, roubo qualificado por lesão corporal de natureza grave, formação de quadrilha, posse ilegal de armas, uso de documentos falso e falsidade ideológica.
Inácio disse que a participação dos acusados nos roubos, principalmente no praticado ao banco de Campo Novo do Parecis, está assegurada num conjunto de provas formado por entrevistas registradas em relatórios, declarações de vítimas e testemunhas, reconhecimento por meio de fotografia, apreensão de objetos (armas, munições, coletes a prova de balas e vestuários camuflado) e outros.
De acordo com o delegado, na logística surgiram outros personagens, ora ofertando munição para o armamento da quadrilha, ora ajudando a esconder o produto do crime.
Na operação “Lacraia”, também foram presos Sinval Machado Xavier, 29 anos, o “Sinval”, Divino Marino de Araujo, 68 (pai do Silvio César), Marcos Antonio de Assis Machado, 27, “Marcão, Juliana Jessica de Sene Duque (mulher de Lacraia), e Jefferson Ferreira de Arruda, 25 anos, o “Ereca”.
Os policiais também apreenderam uma submetralhadora, três pistolas utilizados nos assaltos às agências das três cidades, R$ 14,4 mil e oito veículos (caminhonete L200 Triton, Renault Sandero, Astra, Mercedes, Saveiro, Gol, Fiesta, motocicleta XT 670).
No dia 30 de janeiro, policiais militares apreenderam em um sítio na rodovia MT 246, município de Jangada, pertencente a Sílvio César (Cabelo de Bruxa) e seu pai Divino Marino de Araujo, 68, um fuzil calibre 762, dezenas de munições de calibres diversos, coletes a prova de balas e roupas camufladas semelhantes as usadas pelos bandidos no assalto de Campo Novo do Parecis. As buscas foram realizadas com mandado requerido pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).