Os peritos da Politec e investigadores da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil fizeram, há pouco, a reconstituição da morte do empresário Edmilson Martins de Lima, 37 anos. Ele foi atingido, no último dia 23, por um tiro de pistola 380, após brigar com o soldado da Polícia Militar, Jhonatan Ulysses, 28 anos, em um posto de combustíveis, na área central.
A reconstituição, que foi acompanhada pela Perícia Oficial e Identificação Técnica, ainda teve a presença dos delegados Carlos Eduardo Muniz, que chefia a DHPP, e Ugo Ângelo Reck, que era o plantonista da delegacia municipal, no dia do crime. O comandante da PM, major Victor Prado, além de advogados da vítima e do policial, e duas testemunhas também participaram do ato.
De acordo com o perito Edson Gomes, a reconstituição feita esta noite foi centrada no momento da luta corporal entre a vítima e o policial. “É um tipo de perícia requisitada por autoridade policial, Ministério Público ou juiz, quando há dúvidas para finalizar o inquérito. Fazemos toda a encenação do que ocorreu. Se houver necessidade de outro momento (do dia do crime), aí estendemos”, afirmou.
Conforme Só Notícias já informou, o soldado relatou que trafegava em uma GM S10, quando a vítima, que estava em uma Toyota Hilux SW4, “resvalou” em seu veículo. O militar disse que parou a caminhonete no pátio do estabelecimento, quando foi surpreendido por Edmilson, que estava “esbravejando e investindo contra sua pessoa”.
O PM contou ainda, conforme registrado em boletim de ocorrência, que foi agarrado e “esganado” por Edmilson, que, “de forma violenta”, tentava imobilizá-lo. A mulher que estava com o policial também prestou depoimento e relatou que tentou intervir e separar a briga. Porém, segundo ela, os esforços “foram em vão”.
Duas testemunhas também deram versões para o caso. Uma delas disse que presenciou “uma discussão verbal, que evoluiu para embate corporal mútuo”. Segundo esta pessoa, Edmilson segurava os braços do soldado, quando, houve o disparo de arma de fogo. Em seguida, a vítima caiu.
Já a outra testemunha disse que viu os dois homens em luta corporal e relatou que presenciou quando um deles agarrou nos braços do outro. O homem informou que, na sequência, ouviu um “estampido de arma de fogo” e enxergou um “sujeito” caído ao chão e uma aglomeração de pessoas no local.
Jhonatan, que tinha ferimentos nos joelhos, foi até a delegacia, onde prestou depoimento e foi liberado. A arma dele, com 11 munições intactas e uma deflagrada, conforme consta no boletim de ocorrência, foi entregue espontaneamente para ser periciada.
Anteriormente, o delegado Ugo Reck disse que Jhonatan agiu em legítima defesa. “Antes mesmo que eu chegasse na delegacia, o policial já estava aqui, tinha se apresentado. Logo após os fatos ele telefonou para os bombeiros para dar socorro para vítima e pediu apoio policial em razão do número de pessoas que tinha no local, alguns amigos da vítima estavam alterados. Eu conversei com ele, fui ao local dos fatos, vi a vítima, conversei com testemunhas, analisei as imagens das câmeras de segurança e o conjunto das informações e das provas levantadas até aquele momento levam a crer que o policial agiu, na medida do possível, em legítima defesa. Ele não teve muita opção, a vítima tinha um porte físico muito maior que o dele. Pelo que as testemunhas e as imagens mostram, a vítima procurou o policial por duas vezes após ela ter causado uma colisão, que só provocou uns raspados no para-choque (de um dos veículos). Uma bobagem que poderia ter terminado de outro jeito”.
Edmilson foi sepultado em Maringá (PR), onde era empresário.
(Atualizada 11:10h em 13/3)