A Polícia Civil pediu a prisão preventiva do principal suspeito de matar, na madrugada desta quarta-feira, em Cuiabá, a técnica de enfermagem Josilaine Maria Gomes dos Reis, 31 anos. A vítima foi assassinada a facadas e, segundo a Polícia Civil, o ex-marido cometeu o crime por não aceitar o fim do relacionamento.
Ele foi preso logo após o crime pela Polícia Militar, quando tentou tirar a própria vida. Autuado em flagrante pela Polícia Civil por homicídio qualificado (feminicídio, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e crime cometido na presença dos filhos), o suspeito teve o pedido de prisão preventiva representado pelo delegado Caio Fernando Albuquerque.
Josilaine foi atacada com uma faca e sofreu lesões profundas no tórax, braço e costas. Seu corpo foi encontrado dentro do banheiro de seu quarto por policiais militares, que foram acionados por vizinhos da vítima. O acusado foi localizado sujo de sangue no quarto da residência, com uma lesão no tórax, e confessou que havia matado a ex-companheira.
Conforme a apuração da equipe da Polícia Civil junto a familiares de Josilaine, o autor do crime arrombou a porta da residência, surpreendeu a vítima e a atacou na presença dos três filhos dela (um também é filho dele). Josilaine estava dormindo quando sofreu os primeiros golpes, que terminaram dentro do banheiro. Após cometer o crime e também atentar contra a própria vida, o criminoso pediu às crianças que fossem até um vizinho para avisar o que ele havia cometido.
Os policiais civis apuraram ainda que a vítima não desejava mais continuar o relacionamento e havia dito ao agressor na véspera do crime, por telefone, que faria um pedido de medida protetiva contra ele. Recentemente, em uma postagem em rede social, a técnica de enfermagem desabafou: “O Brasil que eu quero para o futuro é onde uma mulher pode terminar sim um relacionamento, sem ser agredida! Ninguém é dono de ninguém!”.
Segundo a Polícia Civil, as agressões e ameaças eram constantes e foram objeto de denúncia. Em uma ocasião, enquanto Josilaine se recuperava de uma cirurgia, foi agredida, o que causou o rompimento dos pontos. Ainda de acordo com a polícia, o ex-companheiro a vigiava constantemente, inclusive criando perfis falsos em rede social.
“Há sólidos indícios do crime de feminicídio, acrescido da causa de aumento de pena por ser praticado na presença dos três filhos da vítima e com recurso que impossibilitou a defesa”, apontou o delegado.
O acusado está hospitalizado, sob custódia policial, e será ouvido em depoimento quando receber alta médica. As informações são da Polícia Civil.