Três pessoas foram indiciadas no inquérito policial que apurou crimes de estelionato, falsificação de documentos público e particular e uso de documento falso. Os crimes foram cometidos no município de Itiquira contra o Banco do Brasil, um fazendeiro e a administração pública.
Os golpistas usavam nomes e documentos falsos para acessar créditos rurais do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), voltado a beneficiar agricultores familiares com juros baixos. A investigação conduzida pelo delegado Santiago Rozeno Sanches e Silva foi encaminhada ao Fórum da Comarca. O trabalho evitou prejuízo de cerca de R$ 500 mil ao banco, principal vítima da quadrilha.
No inquérito policial, o contador R.L.V.C., apontado como articulador do esquema, se juntou a M.B.M. e A.C.S. para obtenção de empréstimos rurais fraudulentos, destinados a beneficiar pessoas que não possuem direitos aos créditos, uma vez que os tomadores dos empréstimos utilizavam documentos falsos para aquisição.
Conforme o delegado, o contador montou uma empresa de consultoria destinada à prática do crime. “Ele usava dados falsos de seus clientes para falsificar contratos de arrendamento rural, bem como falsificava documentos como notas fiscais cédulas de identidades e CPFs e outros necessários a consumação do crime, cobrando em contrapartida uma prestação do valor ilícito obtido junto ao banco”.
Entre os meses de março e abril de 2014, o contador falsificou quatro contratos de arrendamentos de imóvel/cartas de anuência de um fazendeiro da região, que foi cliente dos serviços de contabilidade do suspeito. Nos contratos, a vítima cedia frações de sua propriedade para que quatro pessoas explorassem suas terras, sendo os nomes todos falsos.
A Polícia Civil descobriu que tais pessoas não existiam e três dos nomes apareciam em contratos registrados no Cartório de 2º Ofício de Itiquira. Essas pessoas também conseguiram abrir cadastros rurais e abriram contas no Banco Brasil de Itiquira, sendo que apenas um conseguiu empréstimo de R$ 99 mil. As demais somente não conseguiram os créditos devido a descoberta do golpe pelo banco.
No dia 24 de abril deste ano, uma nova tentativa de golpe foi registrada. O suspeito A.C.S. apresentou contrato de arrendamento falsificado para registro no Cartório de 2º Ofício. A fraude foi detectada pelos por dois tabeliões e assim, o suspeito não conseguiu efetivar o cadastro junto ao Banco do Brasil para aquisição de empréstimo rural.
A Polícia Civil apurou que um nome apresentado é pessoa inexistente e trata-se do indiciado M.B.M., que usou documentos falsos (RG e CPF) fornecidos pelo contador para efetivar empréstimo de R$ 99 mil junto ao banco. Ele teria repassado a quantia de R$ 22 mil para o contador, em contraprestação aos serviços prestados de falsificação de documentos.