A Polícia Civil encaminhou à Justiça um inquérito que apurou um homicídio cometido por um grupo criminoso liderado por um policial militar. O mandante e dois autores identificados nas investigações foram indiciados por homicídio triplamente qualificado, constituição de milícia privada e ocultação de cadáver. Diego Junior da Silva Fernandes, foi morto em fevereiro do ano passado, a golpes de arma cortante. A vítima foi capturada e levada para a MT-170, próximo a um frigorífico de Brasnorte (410 quilômetros de Sinop), onde foi esfaqueado e sofreu esgorjamento.
A prisão preventiva contra o militar foi expedida pela Justiça no dia 21 de julho e o policial se apresentou a uma unidade em Tangará da Serra, onde teve a ordem judicial cumprida. Um dos executores dos homicídios também foi preso preventivamente e outro está foragido.
Conforme a investigação da delegacia de Brasnorte, a vítima sobreviveu ao primeiro ataque. Diego foi avistado ainda com vida por um morador da cidade, que passava pela estrada voltando de uma gleba da região, e o encontrou perto do acostamento. O morador tentou pedir ajuda, mas no local não tinha sinal de telefonia celular e ao chegar na cidade, ele comunicou o Samu sobre a vítima. Posteriormente, o morador procurou novamente o serviço de atendimento de urgência e foi informado que uma equipe se deslocou até o ponto onde a vítima estaria, mas não encontraram Diego.
Conforme a apuração da polícia, os criminosos tomaram conhecimento de que a vítima ainda estava viva e o capturaram novamente, finalizando a execução e ocultaram o cadáver em local desconhecido. A investigação apurou que o crime foi cometido por motivo foi fútil, porque a vítima teria desligado o disjuntor de energia de um imóvel do mandante. Além disso, para executar o homicídio, a vítima sofreu uma emboscada.
Uma testemunha ouvida pela Polícia Civil declarou que na noite em que a vítima foi capturada, viu que na rua passou um rapaz em uma bicicleta laranjada e usando um fone de ouvido. Assim que ele passou na rua, surgiu em seguida um veículo baixo, de cor preta, e parou ao lado do rapaz. Desceram três pessoas, que pegaram a vítima, que ainda gritou: “socorro, socorro, eles vão me jogar no rio do sangue”. Em outro depoimento, uma testemunha afirmou que o mandante do crime teria dito que Diego tinha ido à casa dele e desligou o disjuntor de energia: ‘furei aquele desgraçado tudinho de faca, pra ele aprender fazer esse tipo de coisa comigo”.
Durante o inquérito, o veículo Vectra preto foi aprendido, para realização de perícia, a fim de verificar se havia vestígios de sangue humano. O investigado teria demonstrado preocupação com a apreensão do veículo e tentou evitar, por via judicial, a realização da perícia, com questionamento em julho deste ano. Entretanto, a perícia já havia sido realizada no veículo.
Em outros inquéritos sobre crimes cometidos pelo mesmo grupo, a Polícia Civil concluiu dois inquéritos que apuraram três homicídios entre 2020 e 2022.