O delegado da Polícia Judiciária Civil, Gianmarco Paccola Capoani, requisitou novas diligências nas investigações da operação “Sete Erros”, que desmontou um esquema de fraudes em cartões de crédito, emitidos para 1.079 supostos clientes de uma rede de supermercados, de Cuiabá. O inquérito policial foi encaminhado ao plantão do fórum da capital, no domingo (30 de setembro), com o indiciamento de 18 pessoas nos crimes de formação de quadrilha ou bando, falsidade ideológica e estelionato.
A assessoria informa que a operação foi deflagrada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Judiciária Civil, no dia 21 de setembro passado, com a prisão em flagrante de oito pessoas. Ao menos 20 pessoas estão diretamente ligadas às fraudes.
No inquérito policial, 25 pessoas foram ouvidas nas fraudes que podem ter causado prejuízos a mais de mil vítimas, que tiveram seus dados utilizados indevidamente por oito funcionárias de duas lojas da rede de supermercados, responsáveis pela solicitação dos cartões ao banco, com matriz em São Paulo.
Entre as novas diligências está o pedido da lista completa das vítimas e de todos os cartões de crédito adquiridos ilegalmente, listas das compras efetuadas com os cartões fraudados, com dados dos estabelecimentos e outras informações técnicas e jurídicas que o banco deverá enviar a Polícia Civil.
O delegado também requisitou que a Secretaria de Estado de Fazenda realize fiscalização em alguns estabelecimentos comerciais, intimações de cinco pessoas, sendo um o dono de uma locadora de veículo e três funcionárias da rede de supermercados, além da apreensão de produtos comprados com os cartões, informações a rede de supermercados, no período de maio a setembro, dos cartões solicitados para sete principais endereços, e a Junta Comercial da abertura de uma empresa.
As investigações iniciadas há dois meses pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Judiciária Civil, constataram que os estelionatários deixaram um prejuízo de mais de R$ 1 milhão em compras a créditos, efetuadas em vários estabelecimentos comerciais da Grande Cuiabá. Para a Polícia Civil, o prejuízo pode ser maior, pois pode haver cartões que ainda não foram utilizados ou não tiveram as faturas processadas.
O esquema simples, mas articulado era operado por um ex-comerciante, com acesso ao sistema Serasa, que “fabricava” cadastros com nomes de centenas de vítimas. Os dados eram encaminhados para funcionários de um dos principais supermercados de Cuiabá. Com as informações, os funcionários, ilegalmente, faziam as solicitações dos cartões de crédito junto à instituição financeira, com matriz em São Paulo, que eram aprovados e encaminhados para sete principais endereços, que por sua vez repassavam a sete envolvidos no esquema.
Os cartões que a quadrilha conseguiu aprovar tinham limites entre R$ 500, R$ 1 mil e até R$ 6,2 mil. De acordo com o banco, o limite do cartão é aprovado conforme a renda da pessoa, mas a quadrilha descobriu um meio de fraudar o sistema e aumentar o limite do cartão.
Em um único endereço residencial, em Cuiabá, o banco identificou a entrega de 345 cartões em nome de diferentes pessoas e prejuízo causado de R$ 159 mil. Em outro endereço, chegaram 205 cartões com gastos estimados de R$ 110 mil. Um escritório de contabilidade da capital recebeu 133 cartões e prejuízo de R$ 53 mil.
O resultado das novas diligências será juntadas aos autos do inquérito policial.