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Polícia Civil de MT trabalha com apenas 30% de sua capacidade

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A Polícia Civil (PC) de Mato Grosso está em frangalhos. De cada dez mil inquéritos instaurados, outros dez mil ficam completamente parados. Para se ter uma idéia do problema aparentemente invisível, a PC de hoje trabalha com apenas 30% de sua capacidade por falta de delegados, investigadores e escrivães. Os absurdos estão nos próprios números. O primeiro: apenas 350 investigadores trabalham nos quase 150 municípios do Estado. Outro absurdo: em 1998 a PC tinha 213 delegados para menos de 80 municípios. Dez anos depois a PC tem apenas 200 delegados para o dobro de municípios. O terceiro absurdo: as três categorias da PC são discriminadas e o descaso do Governo se evidencia com a modernidade do Judiciário e da Polícia Militar, com seus lindos e imponentes prédios.

Para os delegados Dirceu Vicente Lino, presidente do Sindicato e Milton Teixeira, presidente da Associação dos Delegados da PC, não é preciso ir muito longe para se notar as diferencias de tratamento entre a PC e os outros órgãos. Para eles, as evidências de que o governo não tem a menor consideração com a PC são bem claro e vistas a olho nu.

Dirceu Lino e Teixeira começam destacando as precariedades da PC. Mais de 90% dos prédios da Polícia Civil são alugados, e os poucos que são próprios estão caindo aos pedaços. Dos três Centros Integrados de Cuiabá, um é alugado e o preço é alto.

A sede da diretoria geral da PC, um prédio de cinco andares também é alugado. Só o pagamento de três anos de aluguel a R$ 35 mil por ano, chegaria a um total absurdo de R$ 1.260 milhão, dinheiro suficiente para a construção de dois prédios modernos e bem equipados para novas delegacias.

Sem contar que o governo ainda paga R$ 30 mil por mês pelo prédio de cinco andares da extinta Delegacia Metropolitana, onde hoje funciona apenas a Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP); um plantão das 7 horas às 22 horas apenas para registros de ocorrência, e agora, mas recentemente um box da Perícia Oficial (Politec). Três, dos cinco andares estão desocupados.

Assim como quase todos os prédios das delegacias do interior estão caindo aos pedaços, os Ciscs de Cuiabá e Várzea Grande que funcionam em prédios próprios começam um processo de destruição.

Suas instalações feitas com material de última categoria começam estão se soltando, inclusive as letras dos painéis da frente estão caindo. Muitas portas estão sem vidros, maçanetas, sem parte do forro, sem torneiras nos banheiros e os aparelhos de ar condicionando pingando água dentro das salas dos escrivães e delegados.

Se tirarmos por base que hoje a PC trabalha com um rodízio de quatro turmas de 24 horas de trabalho por 72 horas de descanso, chegamos aos seguintes números. São 1.700 investigadores, mas apenas 1.400 estão trabalhando mensalmente. Divididos por quatro turnos, sobram apenas 350 por dia em todo o Estado. Isso é nada.

A mesma coisa acontece com os delegados. São 200 divididos em quatro turnos, sobram apenas 50 por dia em todo o Estado. Com os 400 escrivães aconteceu o mesmo rodízio de trabalho por turno. Nas três categorias, hoje a PC precisaria de no mínimo, dobrar seu efetivo. Delegados, escrivães e investigadores também reclamam de seus salários e prometem muita luta ainda para o futuro.

O investigadores e escrivães sonham em ganhar o que ganham os policiais federais, que faturam, no início da carreira um salário razoável de um pouco mais de R$ 5 mil.

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