O delegado de Alta Floresta, Vinicius Nazário confirmou, há pouco, ao Só Notícias, que o piloto, de 61 anos, do avião Cessna Aircraft T206H, que foi apreendido transportando mais de R$ 4,6 milhões tem condenações pelos crimes de tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). “O piloto não foi autuado em razão de não haver elementos para sua prisão naquele momento. O dinheiro apreendido com ele não tem origem ilícita comprovada. Por isso, foi instaurado o inquérito policial para apurar possível lavagem de dinheiro, proveniente de tráfico de drogas ou outra atividade ilícita. Em pesquisa preliminar, feita na localidade, não foram identificados antecedentes criminais, mas pedimos levantamento pormenorizado à Diretoria de Inteligência, em Cuiabá, que conseguiu levantar que ele respondeu um inquérito, em 2002, na Justiça Federal. No entanto, isso não é elemento de prova para sua autuação em flagrante referente à apreensão do dinheiro, que é objeto de investigação de possível lavagem de ativos financeiros. Até o momento, não apresentaram nada que comprove a origem do dinheiro”, disse Nazário.
Ontem, o delegado informou que houve denúncia da queda do avião. “Quando os investigadores chegaram o piloto já estava fugindo em um táxi. Eles abordaram o piloto e ao vistoriar o veículo encontraram cinco malas com dinheiro”, disse. Ainda segundo Nazário, o dinheiro foi levado à delegacia. “Pedimos ajuda de uma agência bancária para contagem dos malotes. Com isso, constatamos mais R$ 4,6 milhões. O piloto contou que usaria o dinheiro para compra de ouro em Itaituba, no Pará”.
O piloto tem nacionalidade italiana. “Ele mora no Brasil, na cidade de São Paulo, mas sua nacionalidade é italiana. Ele contou que o dinheiro foi adquirido da venda de um avião para investir na compra de ouro, mas até agora, não apresentaram nada que comprove a origem. O dinheiro permanecerá apreendido e depositado no Banco do Brasil”. “O piloto foi ouvido e liberado já que não temos comprovação da origem do dinheiro”, acrescentou o delegado.
A aeronave que fez o pouso forçado, avaliada em aproximadamente R$ 2 milhões, também está apreendida. O avião saiu da cidade de Sorocaba (SP) com destino a Itaituba (PA). O plano de voo tinha previsão de duas paradas para abastecimento, uma em Jataí (GO) e outra em Alta Floresta (MT). Segundo o piloto, ele percebeu problemas na aeronave em Jataí, mas mesmo assim decidiu seguir a viagem.
Em Alta Floresta, ele precisou fazer um pouso forçado na pista rural. O avião foi localizado no final da pista em uma área de pastagem, aberta e sem nenhuma bagagem. A investigação seguirá na linha de lavagem de dinheiro e ocultação de bens (dinheiro e valores).