A Polícia Federal de Mato Grosso procura um morador de Várzea Grande suspeito de integrar uma quadrilha que pratica clonagem de cartões de crédito, cheques e desvio de dinheiro de contas bancárias por meio da internet em todo o país. O nome do suspeito, que não foi localizado ontem durante a deflagração da Operação Trilha, é mantido em sigilo para não atrapalhar as investigações.
Ontem, a Polícia Federal cumpriu 76 de 139 mandados de prisão, entre temporárias e preventivas, de suspeitos de participar da quadrilha com ramificações em 12 estados e no Distrito Federal. Um hacker brasileiro que mora em Maryland, Estados Unidos, também foi preso.
As outras prisões ocorreram em Goiás (45), São Paulo (8), Minas Gerais (3), Pará (3), Santa Catarina (1), Rio de Janeiro (1), Mato Grosso do Sul (1), Maranhão (1), e Rondônia (1), além de 11 no Distrito Federal.
A maior parte dos suspeitos tem entre 20 e 30 anos e são pessoas de classe média, como informou ontem a assessoria de comunicação da Polícia Federal em Brasília. Mais da metade deles é reincidente, sendo que um dos criminosos tem 60 passagens pela polícia.
Mais de 500 pessoas foram investigadas pela PF ao longo de quase 1 ano. Pelo menos 1,5 mil pessoas foram identificadas por emprestaram nome e conta para a transferência de dinheiro. Todas foram identificadas e serão indiciadas.
Investigações mostram que o grupo usa programas enviados por falsas mensagens eletrônicas para capturar senhas bancárias de correntistas de vários bancos. Eles também são suspeitos de instalar câmeras em terminais para filmar a senha dos clientes e outro dispositivo que clona cartões. A PF não sabe estimar os valores desviados pelas quadrilhas, mas disse que um dos investigados furtou um total de R$ 1 milhão.
Conforme a PF, os crimes praticados pela internet podem ser considerados como uma nova modalidade de assalto a banco, sem o risco. O alerta principal é não abrir e-mails suspeitos e não recadastrar dados bancários ou de cartão de crédito pela rede.