A operação Termes (em latim significa verme) resultou hoje na prisão de 30 servidores públicos, federais e estaduais em 14 municípios do Estado. São 11 policiais rodoviários federais, um policial federal, três policiais militares, dois policiais civis, oito funcionários do Indea, quatro da Sema e um da Secretaria de Estado de Administração. Madeireiros e despachantes completam a lista. São acusados de facilitarem o transporte de madeira ilegal, desde a extração da madeira até a comercialização do produto. 7 dos presos foram na região de Sinop. Eles foram levados para a cadeia (na avenida das Figueiras) depois de prestarem depoimentos na Justiça Federal em Sinop. A maioria dos presos no Nortão é madeireiro, acusados de pagarem propina para obterem facilitações.
Ao todo foram expedidos 67 mandatos de prisão temporários e 50 de busca e apreensão. Destes mandatos de prisão, 47 são somente na capital. Treze madeireiros também foram detidos. O delegado da Polícia Federal responsável pela operação, Carlos Eduardo Fistarol, explica que os funcionários da Sema seriam os responsáveis pela liberação de projetos florestais em menor tempo que o habitual. Processo que costumam serem efetuados em 40 dias ficavam autorizados em três dias, mediante o pagamento de propina. Eles ainda são acusados de diminuírem os valores de multas aplicadas a transportadores e madeireiros.
A advogada Silvana Moraes Valente também foi presa, acusada de envolvimento no caso. A OAB pediu, no início da noite, o relaxamento de sua prisão. Ela é casada com um policial rodoviário federal e apontada pela PF como a principal envolvida em dos núcleos da investigação. Ela faria a interligação entre madeireiros, transportadores e funcionários públicos, sendo ela a que oferecia a maior parte das propinas. Quando não conseguia sucesso com a corrupção, ela defendia legalmente os envolvidos.
Os suspeitos serão indiciados pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, além de exploração de prestígio. Os civis e funcionários detidos em Cuiabá pela operação estão sendo levados para a Unidade Prisional do Pascoal Ramos, enquanto os policiais estão sendo encaminhados para a Polinter e o Presídio Militar de Santo Antonio de Leverger. A operação, conforme Só Notícias já informou, foi em Cuiabá, Várzea Grande, São Félix do Araguaia, Comodoro, Cáceres, Porto Esperidião, Sinop, Colíder, Porto dos Gaúchos, Marcelândia, Cláudia, Alta Floresta, Paranaíta e Aripuanã.
No Instituto de Defesa Agropecuária, os oito suspeitos estão lotados como assistentes técnicos de defesa agropecuária. Eles são acusados de expedirem certificados de identificação de madeira fraudulentos. São 120 funcionários que desempenham a mesma função no órgão em Mato Grosso. O presidente do Indea, Décio Coutinho, informou que todo servidor que for apontado pela investigação terá sua ficha funcional levantada, e um processo administrativo será instaurado.
Todas as contra-provas, ou seja, pequenas amostras das madeiras que são analisadas, serão checadas para determinar se realmente houve o crime. Os testes de determinação da madeira são feitas pelo gosto, cheiro, e análise de características por meio de uma lupa.
Quanto as prisões de policiais civis e militares, o secretário de Segurança, Diogenes Curado, as corregedorias das policias Civil e Militar estao acompanhando todo o processo. “Já solicitamos uma cópia do processo e foi aberto um processo administrativo para apurar o envolvimento dos policiais”, disse Diógenes Curado.
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