O aposentado preso em flagrante, ontem, em uma agência da Caixa Econômica Federal, em Várzea Grande, com vários cartões da CEF e do Bolsa Família, dinheiro em espécie que havia sacado, também tinha, em sua residência, um revólver calibre 38 municiado, uma espingarda calibre 22, além de 22 munições calibre 38. Ele foi encaminhado para a sede da Polícia Federal, onde foi ouvido pelo delegado de plantão, Bernardo Soares Bond, e alegou ser aposentado e que emprestava dinheiro a pessoas que fazem parte do programa Bolsa Família ou que têm seguro desemprego ou aposentadoria para receber. Ele estava com diversos cartões da Caixa, do Bolsa Família e carteiras de trabalho em nome de terceiros.
Disse que emprestava o valor que a pessoa teria direito, descontando 10% "de comissão". O investigado declarou que praticava esta atividade há pelo menos oito anos, tendo começado com poucas pessoas, mas aumentando sua "clientela" com o tempo. Disse ainda que muitos "clientes" entregavam seus cartões bancários, para que o interrogado pudesse acessar suas contas e sacar a parte que lhe cabia.
A PF relara que em depoimento ele também justificou "que estava apenas ajudando as pessoas, mas lucrava cerca de R$ 4 mil por mês com os saques que fazia". Disse ainda que alguns de seus “clientes” não o procuravam para reaver seus cartões ou carteiras de trabalho, razão pela qual foi encontrado um número tão grande deles em sua residência. Afirmou que sempre "trabalhou" sozinho, sem contar com a ajuda de ninguém. Quanto às armas localizadas na sua residência, disse que as guardava para sua segurança e de sua família.
A Polícia Federal instaurou inquérito e indiciou ele por crimes de apropriação indébita e posse irregular de arma de fogo. Após o interrogatório, o aposentado foi encaminhado para o Instituto Médico Legal para exame de corpo e delito, sendo conduzido em seguida para o Centro de Ressocialização de Cuiabá.