A ANVISA ( Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a unidade municipal interditaram, esta manhã, com apoio da Polícia Federal uma clínica exames de ultrassonografia em Barra do Garças, na operação Pró-Vita. A clínica estava com alvará sanitário vencido e foram encontrados medicamentos contrabandeados, vencidos, medicamentos do Sistema Único de Saúde – SUS, blocos de receituários do SUS, remédios e materiais cirúrgicos próprios para realização de abortos e medicamentos restritos diversos.
Na clínica, policiais federais encontraram medicamentos e instrumentos utilizados em procedimentos cirúrgicos como agulhas espinhais e anestésicos, entre os quais Propofol e Morfina, além de anestésicos locais e agulhas para anestesia espinhal. “Originalmente, o estabelecimento tinha autorização para produzir consultas médicas e realização de ultrassonografias, que não necessitam de anestesias”, informa a assessoria da Polícia Federal.
No mesmo espaço físico dos remédios proibidos, os fiscais identificaram o produto Novormon injetável, de uso exclusivamente veterinário. O material estava numa geladeira junto de alimentos e outros remédios. Entre os produtos contrabandeados, foi localizado o remédio Misoprost-200, de uso ilegal no Brasil, usado em abortos.
Quanto aos medicamentos do SUS, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a clínica não possuía acordos com o município, portanto, não deveria haver materiais da rede pública no loca, acrescenta a PF.
A polícia conseguiu juntar provas no inquérito depoimentos de mulheres que confessaram ter pago, de R$ 800 a R$ 3 mil por procedimentos abortivos no local. O dono da clínica é o médico preso na operação.
A operação continua e o balanço parcial é de 7 presos. A justiça determinou o sequestro dos bens dos investigados, dentreles um médico, farmacêuticos e atendentes de farmácias da região. Os mandados judiciais estão distribuídos entre as cidades de Barra do Garças, Alto da Boa Vista e Primavera do Leste, no Mato Grosso. Em Goiás, há mandados a serem cumpridos em Goiânia, Aragarças, Baliza e Aparecida de Goiânia. “A investigação revelou a existência de uma rede criminosa, dividida em duas ramificações que interagiam nas práticas dos crimes. A primeira, voltada para a importação e distribuição de medicamentos de origem estrangeira sem o necessário registro na Anvisa para farmacêuticos e médicos da região. Os remédios são de circulação proibida no país e utilizados como abortivos, remédios para tratamento de obesidade e disfunção erétil. A segunda ramificação é composta por médicos e pessoas associadas, acusados de realizarem procedimentos abortivos mediante recebimento de vantagens financeiras”, informa a PF.