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PF faz neste momento operação Aracne para pegar traficantes em MT

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A Polícia Federal desencadeou, hoje de manhã, em Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Maranhão, Minas Gerais, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal, a “Operação Aracne”, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de cocaína. Cerca de 400 policiais federais cumprem, em 29 municípios, 52 Mandados de Prisão Preventiva e 73 Mandados de Busca e Apreensão, ordens judiciais estas expedidas pelo Juízo da 5ª Vara Federal, Seção Judiciária de Mato Grosso, em atendimento a uma solicitação realizada pela Polícia Federal.

A investigação, realizada pela Delegacia de Polícia Federal instalada na cidade de Barra do Garças/MT e iniciada em setembro de 2007, descortinou um esquema voltado ao tráfico de pasta base de cocaína em larga e profusa escala, sendo que aludida substância entorpecente era fornecida à organização criminosa por dois cartéis de narcotraficantes bolivianos, os quais internavam a droga no território nacional com a utilização de aeronaves.
Segundo restou apurado, uma vez no território nacional a substância proscrita era armazenada em diversas fazendas localizadas nos municípios de Campo Novo do Parecis/MT, Tangará da Serra/MT e Nova Maringá/MT, as quais funcionavam como entrepostos de cocaína, e, posteriormente, redistribuída, com a utilização de caminhões, para cinco núcleos criminosos, os quais atuavam nos Estados de Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Maranhão, Minas Gerais e no Distrito Federal.
A partir de então, referidos núcleos criminosos, os quais contavam, individualmente, com a colaboração de grande número de pessoas, organizadas com o propósito de traficar cocaína, desde sua aquisição, passando pelo transporte e redistribuição, e, finalmente, na comercialização final da droga, mediante ações que se interligavam e se complementavam, processavam a pasta base de cocaína e redistribuíam a substância ilícita a diversos traficantes menores, os quais, por sua vez, a revendiam aos usuários da droga.

A última fase da ação delitiva consistia na realização de operações típicas da denominada ‘lavagem de dinheiro’, inclusive, com a utilização de grande número de interpostas pessoas – “laranjas”, a fim de dissimular a origem e movimentação, bem como dificultar o rastreio, pelos órgãos de fiscalização, dos lucros obtidos com a comercialização da cocaína. Alguns dos investigados praticavam, ainda, evasão de divisas.

Oportuno destacar que, de acordo com as investigações, a maior parte da substância entorpecente internada no território nacional pelo consórcio criminoso ora desmantelado tinha como destinatário o Primeiro Comando da Capital, mais conhecido pela sigla “PCC”, facção criminosa que foi concebida em estabelecimentos prisionais do Estado de São Paulo e que, atualmente, opera em diversas Unidades da Federação, sobretudo no tráfico de drogas e em assaltos a bancos, além de promover ações que, em última análise, podem ser definidas como atos típicos de terrorismo.

Os trabalhos investigativos resultaram na lavratura de 10 (dez) autos de prisão em flagrante delito, com a prisão de 17 (dezessete) investigados e apreensão de, aproximadamente, 3 toneladas de pasta base de cocaína, o que evidencia o poder de lesividade do grupo, o qual acarretava significativos danos e prejuízos à sociedade como um todo.
Entretanto, a ação estatal não se mostrou suficiente para estancar, em definitivo, a atuação dos investigados, haja vista que os integrantes do consórcio criminoso, inclusive alguns que já se encontravam presos, deram continuidade às suas atividades delituosas, sendo certo que, lamentavelmente, em que pese os esforços desprendidos, não foi possível interceptar a maior parte das remessas de pasta base de cocaína movimentadas pela organização criminosa, uma vez que não foi possível levantar quando, como e por quem os carregamentos seriam transportados.

Nesse sentido, as investigações permitem afirmar que nos últimos 9 meses o grupo conseguiu efetuar a entrega de, no mínimo, 15 toneladas de pasta base de cocaína, sobretudo no Estado de São Paulo, motivo pelo qual se tornou imprescindível uma ação policial repressiva mais contundente, com a finalidade de aprofundar as investigações e possibilitar a responsabilização criminal do maior número possível de membros da quadrilha.

Além das prisões e buscas, a Justiça, a pedido da Polícia Federal, decretou o afastamento dos sigilos bancário e fiscal dos investigados, bem como o seqüestro e indisponibilidade dos seus bens, direitos e valores (imóveis urbanos e rurais, empresas, aeronaves, automóveis, saldos de contas bancárias, dinheiro em espécie, jóias, etc.).

Os investigados, inclusive os que ainda estão sendo procurados, responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico
com penas que podem ultrapassar 25 anos de reclusão.
Além disso, alguns dos envolvidos responderão por lavagem de dinheiro evasão de divisas e corrupção ativa, cujas penas, somadas, podem alcançar 28 anos de reclusão, sendo que os presos, após serem interrogados, serão recolhidos ao Presídio Pascoal Ramos, em Cuiabá, onde permanecerão à disposição da Justiça Federal.

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