Quarenta e uma pessoas foram presas ontem na operação “Aracne”, da Polícia Federal, e 25 estão em Mato Grosso. Elas são acusadas de integrarem uma rede associada a facção criminosa do Primeiro Comando da Capital (PCC), que atua no tráfico internacional de drogas. Os alvos da operação, comandada pela Delegacia da Polícia Federal de Barra do Garças, são os maiores distribuidores de cocaína que abastecem a região Sudeste do país. Foram 52 mandados de prisão, dos quais, 41 haviam sido cumpridos até o final da tarde de ontem. Dois dos acusados haviam sido presos no mês de novembro, durante uma operação da Polícia Civil e colocados em liberdade por meio de habeas corpus. O delegado Éder Rosa de Magalhães confirmou que Andrey Juliano Dovídio e Nelson Luiz Regiani foram presos em Goiânia.
Outros 73 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em 29 cidades de sete estados e do Distrito Federal. Segundo a PF, mais de 10 fazendas, que eram utilizadas como entreposto para recebimento e distribuição da droga, foram sequestradas. Entre os presos estão comerciantes, proprietários rurais, empresários e até membros do PCC que comandavam o tráfico de dentro de presídios, em Mato Grosso e São Paulo. A estimativa é que o grupo tenha traficado mais de 18 toneladas de cocaína no período de 15 meses que duraram as investigações. Neste período foram feitas 10 prisões em flagrante e 17 pessoas foram presas, com apreensões que somaram 2,8 toneladas de entorpecentes.
De acordo com o delegado, a cada nova prisão as investigações eram ampliadas para fechar a “teia de aranha” que envolve o grupo organizado. A Justiça Federal não divulgou os nomes das pessoas que foram presas, já que alguns mandados ainda não haviam sido cumpridos. Também foi determinado o seqüestro e a indisponibilidade dos bens de todos os acusados.
Mas o delegado assegura que entre os acusados estão pessoas que ainda não haviam sido indiciadas e que são empresários e produtores destacados na região onde atuam. Três aeronaves também foram apreendidas, pois serviam para trazer cargas de 500 quilos de drogas da Bolívia. Os aviões pousavam em propriedades nos municípios de Campo Novo do Parecis, Tangará da Serra e Nova Maringá, onde funcionavam os entrepostos de cocaína. De lá, a droga era acondicionada em caminhões e seguia para 5 núcleos criminosos instalados em Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Maranhão e Distrito Federal.