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PF assume investigações e peritos analisam aeronave que decolou do Nortão e pousou em rio no Pará

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Só Notícias/Cleber Romero (foto: divulgação)

A Polícia Federal assumiu as investigações para tentar esclarecer como ocorreu o pouso forçado do avião Piper Aircraft, modelo PA-31, no rio Jamanxim, perto da comunidade de Jardim do Ouro, zona rural do município de Itaituba, no Pará (900 km de Sinop), no dia 28 do mês passado. A assessoria da PF confirmou, ao Só Notícias, que foi aberto um inquérito por delegados de Santarém (PA) e peritos analisaram a aeronave que decolou de Guarantã do Norte, mas não encontram nenhum corpo ou provas contundentes do crime. O caso seguirá em sigilo.

O processo estava sendo conduzido pela Polícia Civil, que interrogou o piloto Sérgio Vanderlei Becke, preso enquanto seguia na garupa de um mototáxi para a comunidade de Morais de Almeida. Ele contou que teria dito aos policias que “para salvar a própria vida”, atiraria, contestando a versão inicial registrada em um boletim de ocorrência na Seccional de Itaituba, onde apontava que ele teria afirmado que atirou em um dos passageiros da aeronave.

No depoimento ao delegado, Becker afirmou que é piloto freelance e que foi contratado por um homem para pilotar o avião que pertenceria a um dos ocupantes. Segundo consta nas informações da assessoria, ele teria partido de Guarantã do Norte. Após uma hora de voo, já na região de Itaituba, os dois passageiros iniciaram uma discussão por causa de valores em dinheiro e após alguns minutos de silêncio, ouviu barulho de disparos e que, ao virar o rosto para trás, viu um deles morto, caído no assento com tiros na cabeça e o outro segurando um revólver. Nesse momento, o piloto alega ter decidido retornar para Mato Grosso. Ainda de acordo com Becker, o acusado teria colocado um pano na cabeça da vítima e o arrastado pelo piso entre as poltronas.

O assassino teria aberto a porta principal do avião, que fica do lado esquerdo e nesse momento, avistado a BR-163 (Cuiabá-Santarém) e as comunidades de Jardim de Ouro e Morais de Almeida. Após isso, o piloto afirma que sentiu um novo desequilíbrio no avião. Foi então que afirma ter visto o homem jogar o corpo do passageiro para fora da aeronave. Após isso, o piloto alegou que entrou em desespero e, temendo por sua vida, decidiu iniciar o pouso de emergência.

Becker afirmou ainda ter simulado uma pane na aeronave e, em seguida, avisou o assassino que "havia perdido o motor esquerdo". Por fim, o piloto pousou no leito do rio. Ao perceber que a aeronave afundava, ele teria saído pela porta de emergência no lado direito do avião, enquanto o acusado permaneceu perto da porta principal aos fundos.

Sergio disse ter ficado sobre a asa direita já submersa, de onde afirma ter visto o homem ser arrastado pela correnteza, não sabendo informar se ele conseguiu chegar à margem do rio. O piloto contou ainda que, após isso, retornou ao interior do avião para pegar sua mochila e uma caixa térmica, que continha gelo e água, e ficou sentado no teto do avião, no aguardo de ajuda. Segundo ele, cerca de 20 minutos depois, apareceu no local uma pequena embarcação de pescadores que o levaram até a comunidade de Jardim do Ouro.

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