A Polícia Federal divulgou hoje um balanço parcial da operação Spectrum, deflagrada no último sábado, e que resultou na prisão de Luiz Carlos da Rocha, mais conhecido como “Cabeça Branca”, em Sorriso. De acordo com informações da assessoria de imprensa, foram apreendidos US$ 4,5 milhões (em uma residência e um apartamento na cidade de São Paulo); aproximadamente 1,5 tonelada de cocaína (em três locais – um deles em Nova Mutum); joias, carros, relógios, documentos e computadores.
A Polícia Federal informou que Rocha é um dos maiores traficantes da América do Sul e um dos mais procurados pela polícia brasileira e também pela Interpol. Considerado um dos “barões das drogas” do Brasil que ainda estava em liberdade, ele já foi condenado pela Justiça Federal a penas que somam mais de 50 anos de prisão. Para se esconder, ele fez cirurgias plásticas para alterar suas feições e usava, atualmente, uma identidade falsa com o nome de Vitor Luiz de Moraes, segundo a PF.
Em nota, a Polícia Federal informou que Luiz Carlos da Rocha foi recentemente localizado pela área de combate ao tráfico de drogas da instituição, apesar de ter feitos várias cirurgias plásticas para mudar a face. Ele estava usando o nome de Vitor Luiz de Moraes. A estratégia de mudar o rosto, segundo a corporação, também foi usada por “outro mega traficante internacional” preso pela PF em 2007, o colombiano Juan Carlos Ramírez-Abadía, conhecido como Chupeta.
A organização criminosa liderada por Rocha tinha perfil de extrema periculosidade e violência, segundo a PF, e utilizava escoltas armadas, ações evasivas, carros blindados, ações de contra vigilância a fim de impedir a proximidade policial, porte de armas de grosso calibre, bem como o emprego de ações violentas e atos de intimidação para se manter em atividade por aproximadamente 30 anos no tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.
O grupo operava como uma estrutura empresarial, controlando e agindo desde a área de produção em regiões inóspitas e de selva em países como a Bolívia, o Peru e a Colômbia, até a logística de transporte, distribuição e manutenção de entrepostos no Paraguai e no Brasil. Ele se fixou ainda em áreas estratégicas próximas aos principais portos brasileiros e grandes centros de consumo, dedicando-se à exportação de cocaína para a Europa e os Estados Unidos.
As investigações identificaram Rocha como um dos principais fornecedores de cocaína para facções criminosas paulistas e cariocas. Estima-se que a quadrilha liderada por ele era responsável pela introdução de cinco toneladas de cocaína por mês em território nacional, com destino final ao exterior e ao Brasil.
Segundo PF, a cocaína era transportada em aviões de pequeno porte que partiam dos países produtores – Colômbia, Peru e Bolívia – utilizando-se do espaço aéreo venezuelano com destino a fazendas no Brasil, na fronteira entre os estados do Pará e de Mato Grosso. Depois de descarregada dos aviões do narcotráfico, a cocaína era colocada em caminhões e carretas com fundos falsos, especialmente preparados para o transporte da droga, cujo destino era o interior do estado de São Paulo, para distribuição a facções criminosas de São Paulo e do Rio, ou o porto de Santos (SP), de onde era exportada para a Europa ou os Estados Unidos.