A Polícia Civil investiga a morte de um menino de 5 anos provocada por espancamento e na qual a suspeita recai sobre o pai biológico. O garoto teve a morte confirmada, ontem, por volta das 11h, por uma equipe médica do Pronto Socorro de Cuiabá. Ele foi hospitalizado, no último sábado, sob suspeita de trauma no crânio. A família mora no bairro Doutor Fábio 2.
Segundo familiares, a criança teria acordado, no sábado de madrugada, e dito que caiu da cama e bateu a cabeça. Foi encaminhada à Policlínica do Planalto, onde passou a convulsionar. Em seguida foi removida para o Pronto Socorro, quando o quadro se agravou, evoluindo para o óbito no domingo.
Segundo o delegado Marcelo Jardim, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que esteve no hospital acompanhando a liberação do corpo, os médicos disseram que a vítima apresentava lesões internas, inclusive com laceração do fígado, reforçando a suspeita de agressão. O corpo foi encaminhado para necropsia no Instituto Médico Legal (IML).
Ontem à tarde, o avô materno do menino foi ouvido pelo delegado, mas não soube informar mais detalhes, pois segundo ele, a avó é quem convivia com a filha e o neto. Comentou apenas que a mulher teria dito a ele, dias antes, que suspeitava que o menino estivesse sofrendo abusos sexuais, pois havia percebido secreções no ânus da criança.
Ontem à noite, uma equipe da DHPP aguardava a chegada da mãe do menino, que teria passado mal após a confirmação da morte e foi sedada. Ela seria levada pela equipe de Conselheiros Tutelares de plantão para ser ouvida e dar mais informações sobre o principal suspeito e qual seria o paradeiro dele.
Informações da equipe médica é que o homem estava no hospital pela manhã e desapareceu logo que o óbito da criança foi anunciado à família.
Inicialmente foi cogitado que o principal suspeito das agressões fosse padrasto da vítima. Mas no depoimento do avô ele disse que se tratava do pai biológico. Ele teria desaparecido logo depois de engravidar a mãe do menino. A criança inclusive foi registrada por outro homem. Só recentemente o suspeito voltou e a mãe do menino passou a conviver com ele, na mesma casa. Além do garotinho, teria outros dois filhos menores.
A DHPP deve encaminhar, hoje, os depoimentos de familiares para a Delegacia de Defesa dos Direitos da Criança (Deddica). A polícia vai apurar ainda se houve omissão por parte da mãe e de outros familiares que suspeitavam das agressões ao menino e não denunciaram, contribuído para sua morte.