Luiz Antonio Pagot, diretor afastado do comando do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), negou a participação em esquema de cobrança de propina no órgão em troca de contratos de obras. Em entrevista ao 24 Horas News, Pagot classificou as informações publicadas na revista Veja, deste semana, como falsas e injustas. Ele afirmou que irá conversar amanhã com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, único mantido no cargo até o momento pela presidente Dilma Rousseff, para definir sua situação e que não descarta pedir demissão.
Conforme Só Notícias já informou, além de Pagot foram afastados o presidente da estatal Valec, José Francisco, o “Juquinha”, o chefe de gabinete do ministro, Mauro Barbosa, e o assessor do Ministério dos Transportes, Luiz Tito. Em nota, Nascimento confirmou o afastamento dos citados, mas negou qualquer tipo de irregularidade. “O ministro Alfredo Nascimento, rechaça, com veemência, qualquer ilação ou relato de que tenha autorizado, endossado ou sido conivente com a prática de quaisquer ato político-partidário envolvendo ações e projetos do Ministério dos Transportes”.
A Veja informa que, na semana passada, Dilma teve uma reunião dura com o ministro Alfredo Nascimento, Luiz Pagot e demais integrantes da cúpula do ministério. Informa que, com planilhas e documentos sobre a mesa, Dilma elevou o tom no encontro com representantes da pasta. “O Ministério dos Transportes está descontrolado”. A presidente chamou de “abusiva”, por exemplo, a elevação do orçamento de obras em ferrovias, que passou de R$ 11,9 bilhões, em março de 2010, para R$ 16,4 bilhões neste mês – salto de 38% em pouco mais de um ano. Dilma também se irritou em especial com a Valec, estatal que cuida da malha ferroviária, e com o Dnit, responsável pelas rodovias.