A Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Várzea Grande deflagrou, esta manhã, a Operação Árpagas para cumprir 27 mandados judiciais, entre prisões preventivas e busca e apreensão, contra uma organização criminosa envolvida nos crimes de roubo majorado e extorsão qualificada. As ordens judiciais incluem 6 prisões, 20 buscas, e um sequestro do veículo utilizado no crime.
A investigação iniciou a partir de um roubo ocorrido em dezembro do ano passado, quando representante comercial do Rio Grande do Norte foi sequestrado e extorquido por um grupo criminoso. A vítima trabalhava com compra e venda de insumos para ração animal e veio a Mato Grosso negociar sacas de milho anunciadas na internet.
Conforme o relato da vítima, ela viu um anúncio em rede social sobre a venda de saca do milho por R$ 33, em uma fazenda no interior de Mato Grosso. O anunciante teria então direcionado a finalização da venda a seu suposto patrão e proprietário da fazenda e que providenciaria o transporte da vítima até a sua propriedade e que o veículo teria a identificação da fazenda. Na data combinada, uma pessoa em um Fiat Mobi foi até o hotel onde a vítima estava hospedada, próximo à rodoviária de Cuiabá, e a levou até uma casa, em uma estrada de chão, em Várzea Grande, onde foi mantida em cárcere privado, sob a mira de armas de fogo, por dois criminosos que lhe roubaram seu aparelho celular, dinheiro e roupas.
Ainda sob ameaça, os criminosos obrigaram a vítima a intermediar com duas empresas no Rio Grande do Norte a aquisição de sacas de milho. A vítima foi coagida a usar seu próprio telefone para falar com o representante da empresa para que comprasse 400 sacas de milho, a R$ 75 a unidade e solicitar um adiantamento de R$ 20 mil, que deveria ser depositado em uma conta fornecida pelos criminosos. Na sequência, a dupla obrigou a vítima a entrar em contato com outra empresa, também do RN, para que comprasse 250 sacas de milho e pedir o adiantamento de R$ 18,7 mil.
Naquela ocasião do sequestro e roubo, um dos envolvidos foi preso em flagrante pela equipe da Derf de Várzea Grande. Com o desenrolar da investigação, a Polícia Civil identificou todos os participantes da ação criminosa que se associaram de forma estruturalmente ordenada, com distribuição de tarefas entre os membros. Uma mulher foi identificada como o “caixa” da organização criminosa. As quantias extorquidas da vítima foram depositadas em sua conta. Na sequência, ela distribuiu o dinheiro a outros comparsas do grupo criminoso.
A investigação apontou também quem emprestou o Fiat Mobi, a pessoa que emprestou a casa onde a vítima foi mantida em cativeiro e aos que se beneficiaram dos valores extorquidos da vítima e elencou ainda o papel do líder da ação criminosa, que planejou e executou o roubo e a extorsão. A Derf de Várzea Grande chegou ainda a outros investigados, moradores do estado do Acre, que tiveram a função de arregimentar outras pessoas para emprestarem as contas bancárias para receber os valores extorquidos.
O delegado Alexandre Nazareth explica que a investigação permitiu identificar os papeis de cada criminoso, entre eles os dois principais executores da ação, como o criminoso, sendo o pseudo negociador de grãos na internet e aquele que foi o motorista do bando. “Foi um deles quem providenciou a arma de fogo, o veículo, arregimentou comparsas, o adesivo com a rubrica da propriedade rural, tudo visando garantir o resultado promissor do evento criminoso e prestou contas do que fazia ao criminoso que foi o negociador falso dos grãos”, observou o delegado.
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