O delegado de Porto dos Gaúchos, André Luís Barbosa, afirmou que peritos criminais localizaram vestígios de sangue em um dos veículos de um pecuarista do município acusado de estar envolvido no desaparecimento de Franciele Costa, 28 anos. O material foi colhido e encaminhado para realização de exames para saber se o sangue é humano. Segundo Barbosa, o veículo teria passado por uma lavagem completa, não sendo encontrado impressões digitais e nem mesmo barro.
“Até pela região em que estamos, nessa época chuvosa, o veículo mesmo lavado deveria apresentar algum vestígio, não que isso prove alguma coisa, mas os peritos acharam no mínimo estanho pela cautela tomada e até pela falta de impressões digitais”, disse o delegado ao Porto Notícias.
O delegado afirmou também que pediu a quebra do sigilo telefônico do acusado, mas que a autorização ainda não saiu. Ele explicou que isso revelará apenas a localização dos celulares, tanto do acusado como da possível vítima, no dia do desaparecimento. Neste caso, não será possível acessar a conversa feita por ambos.
Barbosa não descarta a possibilidade do principal acusado ter recebido ajuda para fazer com que a vítima sumisse. O caso que era tratado como desaparecimento, já começa a mudar o foco para homicídio e ocultação de cadáver. “Mesmo não encontrando o corpo, nada impede que o acusado seja indiciado”.
Franciele está desaparecida desde o dia 19 deste mês. As buscas por ela foram retomadas hoje. Três cães farejadores de Colíder e um do Canil da Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE) de Cáceres auxiliam. Ontem, a equipe formada por seis militares, sendo três de Colíder e três de Cáceres, efetuou buscas na fazenda do pecuarista preso, principal suspeito do desaparecimento. Segundo o tenente, os cães apontaram alguns indícios e foram feitas escavações no local apontado por eles, mas nada foi encontrado.
Hoje, a procura está concentrada em outra fazenda do investigado. Marcondes informou que as propriedades são grandes, com muitas áreas de pastagem e plantação, além de mata fechada. “Acreditamos que essa mata fechada não seria utilizada para ocultar um cadáver por ser muito difícil entrar. Seria praticamente impossível ele fazer isso sozinho, só se tivesse ajuda”, afirmou. Embora a propriedade tenha represas de peixes, também não foi feita a busca com mergulhadores.
Conforme Só Notícias já informou, a mulher estava grávida de seis meses e o principal suspeito está preso, desde o dia 21, por decisão judicial. Ele seria o pai da criança que a jovem espera. O delegado pediu quebra de sigilo telefônico do pecuarista, que está tendo o nome preservado, pelo fato da polícia ainda apurar a participação de outra pessoa. Franciele trabalhava em um bar na cidade e, semana passada, o chefe estranhou o fato dela não comparecer ao trabalho. Ela também teria deixado outros dois filhos menores, de 10 anos, com uma babá, e não deu mais notícias.