O major Jorge Almeida, comandante da Polícia Militar em Sorriso, informou, esta noite, que está sendo procurado um soldado, lotado em Sinop, também envolvido na invasão a uma fazenda em Santo Antonio do Rio Bonito, distrito de Nova Ubiratã (168 km Sinop), que resultou em tiroteio com dois mortos, ontem, e nas prisões, hoje, do cabo da PM em Sinop, Jalles Souza Dutra e do soldado Cesário, que fugiram para a mata e acabaram se rendendo. O terceiro policial militar procurado também estaria lotado no batalhão sinopense. O major informa que ele teria deixando um veículo em Nova Ubiratã, onde foram apreendidos duas armas, e seria usado pelos demais envolvidos na invasão à fazenda. “Esse policial responde vários inquéritos administrativos e está em sindicância demissória”, adiantou o oficial.
Jorge Almeida explicou que, inicialmente, a PM cumpriu ordem judicial para acompanhar oficiais de justiça para constatar se havia invasão da fazenda. “Quando a polícia chegou, algumas pessoas correram para mata, foi feito acompanhamento, teve primeiro confronto (tiroteio), o oficial de justiça entrou em contato (por celular) comigo, informando da troca de tiros. Acionamos a Força Tática de Sorriso, de Sinop com apoio do Ciopaer (com helicóptero) e foi feito todo cerco, do mesmo modo que fazemos em operações de roubo a banco porque o poder de fogo (dos criminosos) já foi observado”.
Seis armas foram apreendidas. “Com todo esse aparato foi montada operação mais robusta para tentar capturar todos que trocaram tiros com a PM. No primeiro dia não tínhamos conhecimento que tratava-se de policiais militares que teriam se embrenhado no mato e, com as diligências, foram surgindo essas informações. Teve confronto novamente com a Força Tática e dois suspeitos foram alvejados, encaminhados ao hospital em Nova Ubiratã e, infelizmente, vieram a óbito. Novamente foram apreendidas diversas armas, sendo duas espingardas, uma delas roubada da fazenda invadida. No momento da troca de tiros, constatamos a presença de policiais militares porque foram apreendidas duas armas, do cabo Jales”. “Posteriormente, o advogado do soldado Cesario entrou em contato comigo, ontem à noite (segunda), falando que seu cliente queria se entregar. O advogado pediu que a PM cessasse as buscas para que ele fosse lá, pegasse seu cliente e em dia posterior o apresentasse. Eu disse não porque nosso objetivo era conduzir esses dois policiais militares, que participaram da ação criminosa, mantendo suas integridades físicas, para a delegacia de Polícia Civil, ainda em flagrante”.
A rendição ocorreu esta manhã, conforme Só Notícias já informou. “A esposa (do policial), o advogado e um cinegrafista acompanharam (a rendição dos dois), fizemos a abordagem policial, eles foram colocados no camburão e encaminhados à delegacia”. “Eles só relataram que são inocentes, não falaram detalhes, não tivemos acesso aos depoimentos mas tem bastante provas robustas que vão ser colocadas em relatório e vamos encaminhar para Polícia Civil e para a PM abrir inquérito que tem a participação desses dois policiais militares e mais um que está foragido e participou do cárcere privado, do roubo das armas da fazenda”, acrescentou o major. “O caseiro (da fazenda) relatou que foi obrigado a fazer comida para todos eles, mais de 20 (invasores), no passar do dia diminuiu o número de pessoas, que eles praticavam tiro ao alvo em animais e teve um dia que chegou sacos com munição e armamento na fazenda”.
“Até agora eu não vislumbrei, no mundo que vivemos hoje, várias pessoas fortemente armadas invadir uma fazenda e ainda tendo policiais militares da ativa no local !. Isso será investigado de forma minuciosa. Não tenho conhecimento da situação que a fazenda se encontra em relação a documentação desse proprietário que estava no local. Só tenho conhecimento que o juiz determinou que a PM fosse ao local com oficial de justiça para constatar a invasão”. “A Polícia Militar não coaduna com essas ações que foram realizadas por estes policiais militares e, com certeza, nosso comandante regional, coronel Razera, recebendo essa documentação que estamos produzindo, vai abrir inquérito militar para apurar esse fato e inquérito que teve como resultado mortes de dois suspeitos que estavam todos juntos na invasão da fazenda”, afirmou. Os dois mortos ainda não foram identificados.
O major Jorge Almeida disse ainda que o cabo Jales que está sendo investigado já por diversos outros crimes na região de Sorriso e Sinop, está em atestado médico e vão começar a chegar denúncias contra ele. Uma mulher acabou de sair daqui relatando mais um crime possivelmente que ele pode ter praticado, em Sinop, e pedi para ela procurar o Ministério Público e o comandante (PM) em Sinop para ser ouvida neste caso. É um fato grave”, declarou.