A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) autuou, hoje de manhã, uma mulher, de 28 anos, e seu amante por falsa comunicação de crime. As investigações apontaram que ambos são amantes e montaram versão fictícia de um sequestro que teria ocorrido no município de Várzea Grande.
Familiares da acusada avisaram a polícia do seu desaparecimento na quinta-feira, relatando que a última vez que havia sido vista foi na noite de quarta-feira, quando teria afirmado para o marido que iria ao shopping participar de um curso na área de estética e beleza, e que parentes da jovem chegaram a receber telefonema no dia seguinte ao desaparecimento, onde um homem se identificou como sequestrador, e passou instruções para que a polícia não fosse comunicada de nada, caso contrário ela morreria.
Durante todo o final de semana, a GCCO efetuou deslocamentos e oitivas buscando a localização da jovem supostamente sequestrada. A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) efetuou trabalho pericial no Ford Fiesta que pertence a mulher e que havia sido abandonado próximo a avenida Fernando Correa, em Cuiabá.
Ontem à noite a acusada apareceu em via pública e pediu acionamento da Polícia Militar. Ela relatou ter sido rendida por três criminosos armados que a obrigaram a seguir com eles em outro automóvel, sendo mantida trancada no quarto de uma residência durante quatro dias, e teriam a abandonado na rodovia dos Imigrantes.
Contradizendo os relatos da mulher, testemunhas afirmaram tê-la visto com aparência tranquila e tomando cerveja em uma lanchonete, em horário posterior ao suposto sequestro, acompanhada de um homem.
Em depoimento na delegacia ela confessou que estava durante os quatro dias em companhia do amante que conheceu por uma rede social há aproximadamente um mês. Declarou que na quarta-feira, teria ingerido muita bebida alcoólica, fazendo com que perdesse o horário de voltar para casa.
No dia seguinte aos fatos, ela declarou ter tido a ideia de montar um falso sequestro para justificar sua ausência.
A mulher, que é casada e mãe de duas crianças e o amante foram para uma propriedade rural em Mimoso, onde permaneceram até a tarde de sábado. Ela admitiu que comprou um chip para que fosse feito contato com a família se passando por sequestrador.
Ela também detalhou que rasgou a própria roupa antes de pedir a terceiro para que acionasse a Polícia Militar no domingo.
De acordo com o delegado titular da GCCO, Diogo Santana, tanto a mulher e o amante vão responder criminalmente por falsa comunicação de crime. “Ambos serão indiciados em razão da gravidade de se mobilizar as forças de segurança pública (Polícia Militar, Politec e Polícia Civil), com uma narrativa absolutamente falsa e irresponsável”.