A Polícia Civil detalhou, há pouco, que Ramira Gomes da Silva, de 22 anos, confessou os crimes e foi indiciada por homicídio qualificado e ocultação de cadáver do próprio filho de cinco meses, numa casa localizada na rua Itajaí, no bairro Benjamin Raiser. Em depoimento, ontem, ao delegado José Getúlio a mulher afirmou matou o filho para seguir com um relacionamento. Detalhou que a criança foi sufocada enquanto dormia, em um carrinho. Ela contou que fez uma primeira tentativa pressionando um travesseiro contra a cabeça para asfixiá-lo mas, depois de um minuto, notou que ele estava vivo, respirava e chorava.
A acusada relatou ainda que fez novamente o mesmo movimento para asfixiar o filho, pressionando o travesseiro com mais força sobre a cabeça por aproximadamente três minutos e não ouviu nenhum barulho, pois alegou que estava agitada com a situação.
Após esse tempo, Ramira pegou no colo e constatou que não estava respirando e não tinha movimento. Depois de ir ao banheiro, ela pegou o corpo e o colocou na pia da cozinha, onde cortou braços e pernas, a fim de facilitar a ocultação do cadáver. Em seguida, colocou os membros do filho dentro de duas latas de bebida láctea, embalou-as em sacos de lixo e depositou na lixeira. A outra parte do corpo do bebê, ela colocou no buraco embaixo de um tanque de lavar roupas e depois cobriu com terra.
Ela contou que lavou a pia com um produto para limpar panelas e jogou fora a roupa que usava no momento em que cometeu o crime, não se recordando se o vestido ficou com sinais de sangue. Todo o ato criminoso ela informou que terminou ao amanhecer do dia.
Ainda no depoimento, Ramira disse que por volta das 10h da sexta-feira, foi a um supermercado onde comprou produtos como bicarbonato de sódio, álcool e água sanitária, que usou para terminar de limpar a cozinha. Depois disso, descansou na varanda da casa e, à tarde, foi ao dentista, seguindo depois para a rodoviária, onde consultou horários de ônibus.
A investigada relatou que terminou de arrumar a mala, tomou banho e foi, por volta da meia-noite, à rodoviária, onde comprou uma passagem para Cuiabá, chegou no sábado de manhã e conseguiu comprar outra passagem, desta vez a Porto Velho onde chegou no domingo à tarde, dormiu na rodoviária e, na segunda-feira (17), comprou passagem de barco para seguir até Manaus. No mesmo dia, informou que recebeu mensagem de um familiar pedindo explicações e falando que a Polícia Civil havia localizado o corpo do bebê. Em seguida, ela foi para a barca, permanecendo no local até o momento em que foi presa.
Ramira foi indiciada por homicídio qualificado (meio cruel, motivo torpe, asfixia e impossibilidade de defesa da vítima) e ocultação de cadáver. A Polícia Civil segue a investigação para apurar se há envolvimento de terceiros no crime. A mulher morava em Sorriso, desde fevereiro, e tem outra criança, de dois anos, que é criada pelos avós paternos. A acusada deve ser recambiada para unidade prisional em Cuiabá.
O corpo do menino está sendo velado em uma capela e o sepultamento será esta tarde, em Sorriso.
Conforme Só Notícias já informou, ontem à noite, profissionais da Perícia Oficial e Identificação Técnica fizeram a terceira perícia na casa,na rua Itajaí, no bairro Benjamin Raiser, onde um bebê foi encontrado no último dia 17.