Crime passional continua sendo a principal linha de investigação da morte do jornalista Auro Ida, 53, executado com 6 tiros na noite de quinta-feira (21), diante da casa da namorada, no Jardim Fortaleza. O delegado Antônio Garcia de Mattos, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), assegura que as informações veiculadas na mídia de que Auro vinha recebendo ameaças não foram confirmadas mesmo depois de um rastreamento feito no sistema estadual de registro de boletim de ocorrência. Ele não figurou nem como vítima nem autor de nenhum registro.
O delegado também não vê nenhuma mensagem subliminar do criminoso em calar o jornalista por tê-lo atingido na altura da boca. "Na posição em que a vítima foi executada, sentada, dentro do veículo, era óbvio que as partes mais atingidas seriam a cabeça e tórax. Ele primeiro foi ferido no rosto e quando se curvou para frente recebeu os outros disparos nas costas", comenta o delegado.
Ontem moradores do bairro confirmaram que na sexta-feira houve intenso movimento de policiais na região. Disseram ainda que isso é raro, tanto que após ouvirem os disparos, por volta das 22h40, a primeira viatura da Polícia Militar levou entre 20 a 30 minutos para chegar ao local. Só depois, constatada a importância da vítima, que várias equipes chegaram ao local. Ressaltam que a situação de segurança no bairro é crítica e que o som dos disparos de arma de fogo já faz parte da rotina de quem reside ali.
A mãe da namorada do jornalista, Márcia Corrêa, 39, disse que a família também vem se sentindo acuada depois do crime e evita sair de casa. A jovem, acredita a mãe, deve ser ouvida oficialmente na segunda-feira. Mas ela assegura que não tem condições de identificar o homem que se aproximou do veículo e fez os disparos contra o jornalista, depois de mandar ela entrar em casa. A família só quer que as investigações cheguem logo ao assassino.
O ex-marido da jovem que estava com Auro, Rubens Alves de Lima, 29, disse que também se sente amedrontado em decorrência do crime. Viveu com a jovem Bianca Naiara por 4 anos e a 3 meses estavam separados.
Ele lamenta as suspeitas lançadas sobre ele, pois confirmou que gosta da jovem, mas não a ponto de cometer um crime destes. Por morar no local de trabalho explica que também se sente inseguro, pois teme ser alvo de alguma vingança por causa da execução do namorado da ex-mulher.