Três artistas de rua foram encaminhados à delegacia da Polícia Civil para prestar esclarecimentos. Com eles foram encontrados estes facões, que são utilizados para malabarismos nos semáforos no centro da cidade. Eles fazem suas apresentações quando o sinal está fechado. Contudo, houve uma denúncia que fez com que os policiais realizassem a condução dos rapazes.
Ali há uma faixa de pedestres, que serve para dar segurança a quem passa na via. Como eles estavam fazendo o malabarismo, jogando os facões para cima, um chegou a cair e atingiu um pedestre. Esta foi a denúncia. Por isso, a atuação da polícia. Conversamos com os artistas e informamos a eles que façam o trabalho deles e verifiquem se tem pedestres passando no momento em que vão fazer a arte. Caso tenha, ajudem os pedestres a atravessarem a rua e assim eles colaborarão com a segurança pública e receberão o agradecimento e apoio ainda maior da sociedade”, disse o delegado Pablo Borges Rigo.
Os facões não possuem corte e nem ponta, porém, segundo o delegado, ainda assim pode ferir alguém, como foi declarado na denúncia. Os objetos foram apreendidos, já os rapazes ouvidos e liberados. Mesmo assim responderão por porte ilegal de arma. “Checamos toda a vida pregressa deles, alguns são usuários de entorpecentes confessos e já demos ali o nosso aviso. Eles vão responder pelo procedimento criminal em virtude da posse ilegal de arma branca e serão convocados pela prefeitura para que se destine a um local apropriado, pois o modo como eles estão realizando a arte deles, oferecem perigo à sociedade. A polícia recebeu a denúncia também do uso de entorpecentes no local onde faziam os malabarismos. Dois deles nos confessaram ser usuários, mas que não faziam o uso da droga no local. Então foi avisado a eles que o porte de drogas também é crime e que se forem pegos nesta situação, serão detidos pela polícia”.
Nas redes sociais, os artistas mostraram revolta com a detenção. Um deles postou que a apreensão dos objetos e a condução deles trata-se de um prejuízo financeiro e moral. Ele escreveu que o “suor do meu rosto provém do meu caráter (…). Fomos detidos em posse de facões que não portam fio ou ponta. Fomos discriminados. Saí do semáforo algemado pelo fato de ter citado uma lei de amparo ao artista de rua no qual protege nossa imagem por fato de trabalharmos com o público. Do mais, fica a revolta e a ausência do meu material de trabalho que está apreendido (sic)”.