Quatro policiais militares estão entre as 26 pessoas que serão levadas ao Tribunal do Júri neste mês para responderem por assassinatos, assim como o estudante Leonardo Rodrigues Jaune, acusado de mandar matar o advogado Anderson Eustáquio em junho de 2004 e que também senta no banco dos réus no dia 24.
Entre os policiais que serão julgados estão o major Marcos Roberto Sovinski e o cabo Sebastião Gualberto Soares. Os dois serão julgados no dia 26 deste mês. Eles são acusados de matarem Yure Lourenço da Silva, 15.
O menor foi assassinado em Jaciara (144 km ao sul de Cuiabá) no dia 04 de novembro de 2000, na calçada da praça pública da cidade, em frente a rodoviária. O Ministério Público denunciou o major Sovinski como o autor dos disparos. Ele estaria na garupa da moto conduzida pelo cabo.
O julgamento dos dois militares será realizado em Cuiabá porque a Justiça entendeu que a população de Jaciara estaria influenciada. Os dois, de acordo com uma decisão, são defendidos em um programa de televisão e há declarações inclusive de que o menor tinha mesmo que morrer.
A denúncia do MP aponta que o menor foi assassinado porque o major, à época capitão e Comandante da 3ª Cia PM, estava incomodado com os vários atos infracionais praticados pela vítima Yure e outros menores do município e resolveu matar Yure para que “servisse de exemplo aos outros infratores”.
Outro lado – O advogado dos réus, Paulo Fabrinny, afirma que a acusação foi uma vingança de outro policial acusado de matar um professor em Juscimeira. Esse policial foi preso por Sovinski e a mulher dele pelo cabo Sebastião. O advogado aponta que o inquérito da morte de Yure ficou parado por muito tempo e somente depois das prisões feitas por Sovinski e Sebastião é que o policial acusado do crime em Juscimeira apontou eles como os autores do crime anterior.