Terminou bem o seqüestro com cárcere privado de uma criança de cinco anos mantida refém por quase oito horas nesta quinta-feira, em Tangará da Serra. Durante esse período a polícia manteve negociação com acusado, Mercielton Nonato, 25, que mantinha o próprio filho com uma suposta faca no pescoço dentro de um depósito no fundo de um bar no centro da cidade.
O delegado Márcio Moreno Vera conduziu as negociações. Segundo ele, o acusado estava muito agressivo e alterado. “Ele ameaça o tempo todo matar a criança e se matar. Nossa preocupação era ganhar a confiança dele para apaziguar a situação”, disse.
Tudo começou quando o jovem Mercielton resistiu à prisão ao ser abordado por policiais civis dirigindo alcoolizado. Havia também um boletim de ocorrência registrado pela mãe do acusado por crime de ameaça. Os policiais conseguiram fazer a abordagem na calçada do bar da mãe. Ao ser abordado o acusado entrou em luta corporal com os policiais e tomou a pistola ponto 40 de um deles, efetuando disparos para o alto. Logo após, ele deixou a arma, tomou o filho de refém e se dirigiu para o depósito informando o tempo todo que iria matar a criança com uma suposta faca que estaria em seu poder.
As polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, Samu e a Guarda Municipal foram acionadas e uma equipe do Grupo de Operações Especiais (Goe), da Polícia Civil de Cuiabá, ajudou no processo de entrega e libertação do menino. O Conselho Tutelar, uma psicóloga e pastores de igreja também foram chamados para dar apoio.
Conforme a polícia, Mercielton Nonato, aparentava estar alcoolizado e isso teria agravado a situação, pois foi necessário esperar o efeito do álcool passar para chegarem a um acordo. Por volta das 23 horas Mercielton resolveu se entregar e liberar o filho. Ele foi conduzido à delegacia municipal por policiais do GOE.
Mercielton Nonato vai responder por crimes de seqüestro e cárcere privado, disparo de arma de fogo e por dirigir alcoolizado. “São crimes graves com penas altas ainda mais levando em consideração os antecedentes criminais”, disse delegado Edmar Faria Filho, da Delegacia de Roubos e Furtos de Tangará da Serra, que também acompanhou a negociação.