A delegada da Polícia Civil de Tangará da Serra, Liliane Soares Diogo, ainda aguarda resultados de análises laboratoriais que serão emitidos pela Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) de Cuiabá para concluir as investigações sobre a morte do garoto Pablo Henrique de Oliveira, 2 anos, encontrado morto e abusado sexualmente em um canavial de uma comunidade rural de Tangará, no dia 19 do mês passado. As investigações, ao que tudo indicam já estão bem avançadas e mais de 20 pessoas já foram ouvidas. Entretanto, a delegada informa que os resultados laboratoriais são imprescindíveis para finalizar a investigação e concluir o inquérito policial.
Ela acredita que deverá receber esses resultados na próxima quarta-feira (10) e só então irá se pronunciar sobre o caso. Por enquanto ela prefere não mencionar sobre possíveis suspeitos pelo abuso sexual já comprovado através de exames médicos e também por abandonar a criança no meio do canavial onde foi encontrada morta e praticamente nua, com apenas uma camiseta. A delegada não trabalha com a tese de que a criança possa ter ido sozinha até o canavial, uma vez que o local fica há cerca de dois quilômetros distante da casa da vítima, onde morava com a mãe Rosana de Oliveira e o padrasto Paulo Edson da Silva.
Por enquanto ela também não revela a qual tipo de material se refere as análises laboratoriais que foram encaminhadas para o laboratório da capital. "Prefiro não falar nada ainda, pois ainda pode comprometer a investigação", enfatiza Liliane explicando que a intenção do laboratório de Cuiabá era concluir os laudos, ontem, o que não foi possível. "Assim, pediram prorrogamento desse prazo, mas acreditam que consigam concluir os resultados e me enviar na quarta-feira. Após isso, no tempo certo vou pronunciar sobre o caso", completa a delegada que também avalia a possibilidade de ainda ouvir algumas pessoas na próxima segunda-feira (8).
Pablo Henrique desapareceu, segundo a mãe dele, por volta das 10h do dia 18 de março enquanto brincava no quintal da casa sozinho e ela entrou para executar as tarefas domésticas. Após um dia e meio de buscas feitas pelo Corpo de Bombeiros, Polícias Civil e Militar, além de vizinhos e familiares, o corpo da criança bastante machucado, com ferimentos por todo o corpo, foi encontrado em um canavial localizado há cerca de dois quilômetros da casa onde a criança morava em um sítio da comunidade intitulada Linha 12.
A princípio a delegada do caso, acreditou que poderiam ser ferimentos causados por mordidas de cachorro, uma vez que na casa próxima onde estava o corpo existiam pelo menos quatro cachorros que tinham acesso até o local onde estava o corpo. Contudo, essa hipótese, de mordidas de animais, foi logo descartada um dia depois, e constatadas lesões no ânus da criança, que os médicos que assinaram o laudo afirmaram ser de abuso sexual.
A partir deste fato a delegada solicitou exames mais detalhados a fim de descobrir se eram lesões antigas ou recentes. Também solicitou exames sobre o local onde estava o corpo, com intuito de descobrir de que forma a criança foi parar lá. Quando passou a investigar o crime de abuso sexual, a delegada informou que familiares e vizinhos eram os principais suspeitos, procedimento comum, em casos como esses, onde as vítimas abusadas são crianças. Liliane acredita que que o menino tenha sido vítima de violência sexual e, posteriormente, abandonado no canavial para morrer.
A delegada também solicitou ao Conselho Tutelar de Tangará da Serra todos os registros envolvendo a família, uma vez que a família era acompanhada pelos conselheiros tutelares desde que foi acusada de jogar a o garoto então com 6 meses de idade no chão durante uma briga com o marido, o que causou traumatismo craniano no criança. Ela chegou a perder a guarda da criança por um período, mas uma decisão judicial autorizou a volta da criança para a casa da família. No período em que ficou afastado da mãe, o garoto ficou abrigado em um abrigo.