Os danos causados por índios Xavantes na Delegacia da Primavera do Leste estão sendo contabilizados pela instituição. Um relatório preliminar mostra que os indígenas levaram armamentos, equipamentos e documentos. Na lista está 1 espingarda calibre 12, uma carabina calibre 38, 3 rádios, uma central e 1 veículo Fiat Uno, que pertence a um dos investigadores da delegacia, além de uma pistola ponto 40.
Os prejuízos ao imóvel também foram grandes. O grupo destruiu todos os vidros e a porta de acesso à delegacia. Nos ambientes interiores, os manifestantes quebraram portas, janelas e fechaduras foram arrombadas. Equipamentos como computadores, impressoras, modem, uma televisão de 20 polegadas, aparelhos telefônicos, máquina copiadora, também foram danificados.
No pátio, 4 viaturas foram comprometidas e uma teve os equipamentos internos retirados. O relatório final, realizado pelo Perícia Oficial e Técnica (Politec), vai apontar a real proporção dos danos causados ao patrimônio público e será concluído em 15 dias. As policias Civil e Federal vão instaurar inquérito para apurar a responsabilidade da depredação.
A PF de Barra do Garças também solicitou uma cópia do laudo que será concluído pela Politec para incluir no processo.
Além das perdas financeiras, os índios também mantiveram refém, durante a ação, o investigador Leonardo Nydaie de Brito Almeida. Ele ficou em poder dos Xavantes por 18 horas e teve a arma, uma pistola ponto 40, roubada.
Caso – Os 50 índios da etnia Xavante, da tribo de Sangradouro, invadiram a delegacia de Primavera do Leste (239 km de Cuiabá) no sábado (20). A causa da manifestação foi a prisão de um integrante da aldeia, que aconteceu na sexta-feira(19), devido a uma determinação da Justiça de São Paulo.
Revoltados com a prisão, os Xavantes se armaram e na manhã de sábado entraram em confronto direto com os policiais, com o objetivo de libertar o membro da tribo. Houve troca de tiros, 5 ficaram feridos, sendo 2 policiais militares, 1 civil e 2 índios.
Eles invadiram a delegacia porque o índio estava preso na cadeia pública da cidade, que fica localizada ao lado do prédio.
O tumulto só acabou quando o índio, José Carlos Runhamri Rsihoridatsu, acusado de furto, foi liberado. O grupo voltou para a aldeia, localizada no município de General Carneiro (442 km a leste de Cuiabá) em seguida.