A Delegacia de Repressão a Entorpecentes da superintendência paulista da Polícia Federal cumpriu 13 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso. Bens – imóveis e empresas – e contas bancárias foram sequestrados pela Justiça Federal, em encerramento da primeira fase da Operação Dona Barbara, na terça-feira (2), uma espécie de prolongamento da Operação Veraneio, que em novembro do ano passado, prendeu ao menos 4 pessoas (da mesma família) em Sinop, além de ações em cidades de Minas Gerais e São Paulo.
De acordo com reportagem do Estado de São Paulo, uma organização criminosa comandada por empresários brasileiros era responsável pelo transporte de cocaína das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) da Venezuela para Honduras, onde toneladas eram entregues aos cartéis mexicanos, por meio de aviões. É citado que eram pagos até US$ 400 mil de propina até a oficiais de alta patente do Exército venezuelano na compra de códigos de identificação do controle aéreo para que não fossem abatidos. Propinas a hondurenhos também são citadas. A quantidade de entorpecente variaria de 700 quilos a 2,5 toneladas. Em aparte, os aviões eram carregados com a droga trazida pelas Farc, da Colômbia.
De acordo com o Estado de São Paulo, segundo relatório enviado à Justiça pelo delegado Rodrigo Levin, a apuração começou com a vigilância de dois empresários brasileiros, Manoel Meleiro Gonsalez e Ronald Roland. Consta que em uma das conversas, o apontado como líder da quadrilha (preso na operação que ocorreu em Sinop ano passado), Paulo Flores, destacava o andamento dos trâmites para o transporte da droga. Os aviões partiam de cidades do interior paulista, de Sinop, São Felix do Araguaia (TO) e Bacabal (MA).
Conforme a reportagem, as investigações, que começaram em 2012, já haviam resultado na apreensão do helicóptero de uma empresa, de um senador mineiro em 2013, no Espírito Santo, com 445 quilos de cocaína. Na operação em Sinop, ano passado, foi apontado que a cidade funcionava a 'base logística' com os aviões sendo preparados, em um aeródromo, e levados ao exterior. A Polícia Federal calcula que o grupo sinopense faturava em torno de R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões/mês. O dinheiro voltava para o Brasil via doleiros e laranjas e os suspeitos compravam imóveis na cidade – mais de 20 estão sendo investigados.
Conforme Só Notícias já informou, foram apreendidos R$ 13 milhões (reais, dólares, euros) com os acusados que estão no presídio sinopense, com prisões expedidas pela justiça federal, além de joias e automóveis.
Outro lado- Segundo o Estado de São Paulo, Paulo Flores está preso e se diz inocente. Ronald Roland e Manoel Gonsalez respondem ao inquérito em liberdade e também se dizem inocentes. Não foi obtida resposta das embaixadas da Venezuela e Honduras.