A juíza da 2ª Vara Criminal, Débora Roberta Pain Caldas, mandou soltar dois acusados de integrar uma quadrilha que aplicou mais de R$ 2 milhões em golpes em Sinop e algumas cidades do Nortão. A magistrada tomou a decisão com base em requerimento do Ministério Público Estadual (MPE) que solicitou oitivas com mais cinco vítimas da quadrilha “o que ocasionará excesso de prazo para a formação da culpa”.
Os réus não poderão sair da comarca sem autorização judicial, sob pena de análise de nova decretação de prisão preventiva. Os dois comparsas foram presos no início de agosto em Colíder (250 quilômetros de Sinop), cidade onde também podem ter sido aplicados golpes.
Dos três supostos integrantes da quadrilha, apenas um permanecerá encarcerado no presídio Ferrugem, uma vez que responde a outro processo na Justiça Federal de Porto Velho (RO). Ele foi localizado, também em agosto, em Campo Grande (MS) e transferido para Sinop. Ao chegar na delegacia sinopense, confessou que devia R$ 1,5 milhão e, por isso, começou a aplicar os golpes. “Eu ia me mudar para aquele estado [Mato Grosso do Sul] e recomeçar minha vida”, relatou o homem a um escrivão durante o depoimento.
Até o momento, 14 vítimas figuram como vítimas na ação penal que investiga a suposta quadrilha. Porém, conforme Só Notícias já informou, após as prisões, 18 vítimas procuraram a delegacia de Polícia Civil para registrar boletins de ocorrência contra os suspeitos. Segundo o delegado que trabalhou no caso, Ugo Ângelo Reck de Mendonça, os prejuízos causados pelos golpes podem passar de R$ 3 milhões.
De acordo com a Polícia Civil, a quadrilha era especializada em comprar e vender gado e veículos. Uma fonte policial disse, na época, que, em apenas um golpe, eles teriam comprado mais de mil cabeças de gado, causando prejuízo de quase R$ 1,4 milhão.
Todos os réus foram ouvidos em audiência de instrução e julgamento realizada na sexta-feira (4). Uma nova audiência foi marcada para o dia 3 de fevereiro de 2016.