PUBLICIDADE

Justiça manda prender pela 3ª vez delegado João Bosco e esposa

PUBLICIDADE

Pela 3ª vez, somente neste ano, a Justiça de Mato Grosso volta a decretar a prisão preventiva do delegado da Polícia Civil, João Bosco Ribeiro Barros, e sua esposa, a investigadora Gláucia Cristina Moura Alt. O casal é acusado de dar proteção para uma quadrilha de traficantes de drogas que atuava em Cuiabá e Várzea Grande em troca de dinheiro. O novo mandado de prisão foi assinado pela juíza Selma Rosane Santos Arruda, da Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado. Ela acatou, de novo, outro pedido do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A ordem foi cumprida, ontem à noite.

Agora, o casal que já responde pelos crimes de associação ao tráfico de drogas e corrupção passiva, é acusado de tentar coagir testemunhas no processo. Se a denuncia se confirmar, isso significa que ambos descumpriram parte das medidas cautelares aplicadas a eles pelos desembargadores da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, quando no dia 6 deste mês converteram as prisões preventivas do casal, em prisão domiciliar impondo regras a serem respeitadas. Entre elas, estava a proibição de manterem contato com qualquer testemunha arrolada no processo. O afastamento deles do cargo, foi mantido, apesar de continuarem recebendo o salários e também foram proibidos de sair de Cuiabá sem permissão da Justiça.

Nessas três vezes que a Justiça mandou prender o casal, foram em virtude de desdobramentos do caso investigado na Operação Abadom, deflagrada pela Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE), no dia 27 de junho deste ano, para prender fornecedores e distribuidores de drogas que atuavam em Grande Cuiabá e Várzea Grande. As outras 2 vezes foram em 5 de setembro e agora em 22 de novembro.

Bosco e sua esposa foram presos na época e dias depois conseguiram que o próprio juiz autor da prisão, revogasse a ordem a pedido do advogado deles à época, Paulo Zamar Taques. Bosco ganhou liberdade no dia 2 de julho enquanto Gláucia ficou mais tempo detida e só foi solta na noite do dia 16 de julho. Mas depois da soltura deles, o Gaeco recebeu informações de que a delegada da Polícia Civil que investigou o caso, Alana Cardoso, estaria sofrendo ameaças de morte. Por esse novo fato, o Ministério Público voltou a pedir a prisão do casal e também de outros 4 policiais civis presos na operação, mas que também tinham ganhado liberdade.

Os novos pedidos de prisão contra os 6 agentes da Polícia Civil foram expedidos pela juíza do caso, Selma Rosane Santos Arruda, no dia 5 de setembro e cumpridos no dia seguinte, em 6 de setembro, mas somente em relação 4 aos policiais, pois Bosco e Gláucia ficaram foragidos até ela conseguir uma liminar em habeas corpus no dia 20 de setembro. Dessa forma, no dia seguinte, em 21 de setembro o delegado se entregou. Mas não desistiu de tentar responder ao processo em liberdade, e ao sofrer negativas no pedido de liminar no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e também teve pedido de liminar em habeas corpus negado no dia 16 de setembro, quando ainda estava foragido. Só restou então aguardar o julgamento do mérito do habeas corpus que tramitava no TJMT.

O julgamento do mérito dos habeas corpus de Bosco e Gláucia ocorreu no dia 6 deste mês quando os desembargadores Marcos Machado e e Alberto Ferreira de Souza negaram o pedido de liberdade ao casal e converteram a prisão preventiva em domiciliar. O relator do recurso, desembargador Pedro Sakamoto votou pela concessão do habeas corpus atendendo integralmente o pedido da defesa. Mas foi voto vencido. Aliás, vale ressaltar que foi Sakamoto que concedeu a liminar para Gláucia Alt no dia 20 de setembro relaxando sua prisão.

Bosco e sua esposa são acusados de proteger os traficantes em troca de dinheiro. A Polícia Civil que investigou o caso e também o Gaeco afirmam que eles receberam R$ 100 mil da quadrilha comandada pelo traficante Marco Antônio da Silva, o Neném. Eles sempre negaram envolvimento com os traficantes. Sobre as escutas telefônicas que a Polícia conseguiu onde o delegado conversava e negociava com o traficante, ele diz que não se tratava de negócio ilícito e sim da negociação envolvendo imóveis e automóveis, pois segundo o delegado, Marco Antônio da Silva, é era em sua versão, um corretor de imóveis.

Quem atuava na defesa do casal eram os advogados João Bosco Ribeiro Barros Júnior (filho do delegado) e Paulo Zamar Taques. Mas agora Taques deixou o caso, em virtude do envolvimento do filho de Bosco o defendendo no caso.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

PUBLICIDADE