Após a morte do bebê, de 7 meses, em Rondonópolis (212 Km de Cuiabá), o homem, de 43 e a mulher, de 29 anos, chegaram a ser presos e autuados por abandono de incapaz, mas foram colocados em liberdade provisória. O casal o irmão gêmeo, e outras duas crianças de 2 e 7 anos, sob responsabilidade da filha mais velha, de 9 anos, e quando retornaram encontraram o bebê enrolado em uma coberta e sem respirar.
A criança foi levada às pressas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas já estava morta. O fato ocorreu na segunda-feira. Os pais foram presos e, ontem, passaram por audiência de custódia e conseguiram o alvará de soltura para responder em liberdade pelo crime considerado culposo – quando não há intenção de matar.
Para o juiz João Francisco Campos de Almeida, da 3ª Vara Criminal de Rondonópolis, a perda do bebê já é um suplício para o casal.
"Vale destacar, a hipótese dos autos revela que a princípio trata-se realmente de um crime culposo que terminou por ceifar a vida de um filho da segregada, fato que a priori, por si só, já impôs a ela um verdadeiro suplício, não se devendo olvidar, que em casos dessa natureza, por vezes também é concedido o perdão judicial", argumentou o magistrado ao determinar a soltura do casal.
O casal havia saído de casa por volta das 18h para fazer um frete na cidade de Jaciara e deixado a filha de 9 anos cuidando dos mais novos. No entanto, ela dormiu e o bebê caiu da cama. Ao chegarem por volta das 21h, encontraram Arthur enrolado na coberta, já sem respirar.
Os 4 filhos do casal foram encaminhados para um abrigo. A conselheira Adriana Fukuda relatou que a menina mais velha se sente muito culpada pela morte do irmão. “Ela está totalmente emocionada e disse ‘não cuidei bem do maninho”, contou Fukuda, afastando da criança qualquer responsabilidade.